Jeito de andar pode dizer se uma pessoa tem depressão
Pesquisa revela que pessoas com depressão apresentam passos mais curtos e andam mais devagar, com 90% de precisão
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Ciências Aplicadas da Suíça Oriental revelou que a maneira como uma pessoa caminha pode ser um indicador preciso de depressão, com uma taxa de acerto de 90%.
Segundo os pesquisadores, aqueles que sofrem de depressão tendem a apresentar passos mais curtos e uma marcha mais lenta em comparação com pessoas sem a doença. Essa descoberta ressalta a relação entre alterações motoras e o estado emocional.
Detalhes da pesquisa
A pesquisa contou com a participação de 60 pacientes que apresentavam sintomas depressivos, cujos dados foram comparados aos de um grupo de controle formado por 30 funcionários da universidade.
Embora os resultados ainda não tenham sido publicados em revistas científicas, a equipe responsável planeja validar as descobertas por meio da revisão de especialistas independentes.
Os cientistas envolvidos no estudo destacam que as mudanças na maneira de caminhar entre pessoas deprimidas reforçam a ligação significativa entre a depressão e as habilidades motoras. Com esses dados, os pesquisadores esperam que, no futuro, essa análise possa ser utilizada de maneira terapêutica.
Perspectivas futuras
Um dos próximos passos dos pesquisadores será investigar se o tratamento da depressão também provoca mudanças positivas nos parâmetros motores dos pacientes.
A hipótese é que, com a melhora no quadro depressivo, a marcha dos pacientes também possa ser restaurada, indicando uma relação ainda mais profunda entre saúde mental e mobilidade.
Depressão: a mais incapacitante das doenças
A depressão é reconhecida como uma das condições de saúde mental mais prevalentes, afetando mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ela é responsável por uma redução significativa na qualidade de vida, prejudicando as interações sociais e o desempenho nas atividades diárias.
Além disso, está associada a um elevado índice de incapacidade e de suicídios, o que a torna uma das doenças mais debilitantes globalmente.
Fatores de risco
Entre os fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da depressão estão:
- Histórico familiar de depressão, que pode aumentar a vulnerabilidade à doença;
- Eventos de grande impacto emocional, como a perda de entes queridos, separações ou dificuldades financeiras;
- Abuso de substâncias como álcool e drogas;
- Períodos prolongados de isolamento social;
- Desequilíbrios hormonais, como aqueles que ocorrem durante o pós-parto ou a menopausa.
Sintomas comuns
Os sintomas da depressão podem se manifestar de várias maneiras, afetando tanto o corpo quanto a mente. Alguns sinais de alerta incluem:
- Sentimentos persistentes de tristeza, culpa e desvalorização;
- Sensação de vazio ou perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas;
- Cansaço extremo e falta de energia, muitas vezes acompanhados de dificuldades de concentração;
- Distúrbios no sono, seja pela insônia ou pelo excesso de sono;
- Mudanças no apetite, que pode diminuir ou, em alguns casos, aumentar, especialmente com desejo por carboidratos e doces;
- Dores físicas difusas, como desconforto digestivo, dores no peito, taquicardia e sudorese.
Tratamento da depressão
Felizmente, existem tratamentos eficazes disponíveis para a depressão, que incluem intervenções psicológicas e medicamentos.
O acompanhamento médico é essencial, e, ao apresentar os sintomas, é importante buscar ajuda profissional. A identificação precoce da condição, juntamente com a combinação correta de tratamentos, pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.