Jejuar dois dias por semana pode te dar mais de 10 anos de vida, segundo estudo

Pesquisa mostra que jejuar dois dias por semana pode prolongar a vida sem cortar calorias. Entenda os efeitos surpreendentes no corpo e na longevidade

06/07/2025 03:00

Pesquisas indicam que o período logo após o jejum, conhecido como realimentação, é um momento crítico para o organismo, durante o qual ocorre intensa atividade celular no intestino
Pesquisas indicam que o período logo após o jejum, conhecido como realimentação, é um momento crítico para o organismo, durante o qual ocorre intensa atividade celular no intestino - depositphotos

Um novo estudo publicado na renomada revista Nature reforça os benefícios do jejum intermitente para a longevidade — e o mais curioso: mesmo sem reduzir a ingestão calórica total. A pesquisa, realizada com 937 camundongos fêmeas geneticamente diversos, mostrou que jejuar por um ou dois dias por semana pode prolongar a expectativa de vida de forma comparável à restrição calórica contínua.

Como o corpo responde ao jejum pode ser mais importante do que comer menos

Durante o experimento, os roedores foram divididos em cinco grupos, incluindo dois que praticavam jejum intermitente: um com jejum de um dia por semana, e outro com dois dias consecutivos sem alimento. Apesar de consumirem a mesma quantidade total de calorias dos grupos com alimentação irrestrita, os camundongos que jejuaram viveram significativamente mais.

Aqueles que jejuaram dois dias por semana apresentaram os maiores ganhos de longevidade — comparável ao grupo que teve sua ingestão calórica reduzida em 40%, o que, em termos humanos, poderia representar mais de uma década a mais de vida.

Pesquisadores mostram que o corpo responde melhor ao jejum do que à simples redução de calorias.
Pesquisadores mostram que o corpo responde melhor ao jejum do que à simples redução de calorias. - simply/depositphotos

Restrição calórica x jejum: qual faz mais diferença?

Nem sempre os indicadores de saúde apontam para a longevidade
A pesquisa revelou que os tradicionais marcadores de saúde — como baixo percentual de gordura e bom metabolismo da glicose — não foram necessariamente os maiores preditores de vida longa. Em alguns casos, camundongos com menos melhora nesses indicadores ainda viveram mais do que os outros.

Os cientistas também observaram que a genética desempenhou um papel importante na resposta à dieta. Camundongos que mantiveram seu peso corporal durante situações de estresse, ou que possuíam proporções específicas de células imunes no sangue, tenderam a viver mais.

Cuidado com o excesso: nem todo jejum é vantajoso

Apesar dos resultados promissores, o estudo alerta para os riscos da restrição extrema. Camundongos que seguiram dietas com 40% a menos de calorias apresentaram perda de massa muscular e alterações no sistema imunológico que podem aumentar a vulnerabilidade a infecções. Isso reforça a necessidade de equilíbrio ao aplicar estratégias de jejum na vida real.