Medicamento pode prolongar a vida de pacientes com câncer de mama
Novo estudo revela o impacto do Trastuzumab Deruxtecan no câncer de mama HER2-positivo, incluindo metástases cerebrais
O câncer de mama HER2-positivo, uma das formas mais agressivas da doença, representa cerca de 15-20% dos casos registrados.
Recentemente, um estudo trouxe avanços promissores com o uso de Trastuzumab Deruxtecan, medicamento que aumenta a sobrevida e melhora a qualidade de vida de pacientes, incluindo aqueles com metástases cerebrais, um desafio histórico para a oncologia.
Um avanço significativo no tratamento
De acordo com o Dr. Ramon Andrade de Mello, oncologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, cerca de 50% dos pacientes com câncer de mama HER2-positivo avançado desenvolverão metástases cerebrais. Tradicionalmente, o tratamento dessas metástases tem sido limitado a cirurgias e radioterapia, com taxas de sucesso muito baixas.
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O novo medicamento, já aprovado para uso clínico, oferece uma abordagem inovadora. “Pacientes com metástases cerebrais têm agora mais chances de sobreviver por anos, algo que as terapias existentes não conseguiam proporcionar”, afirma o especialista.
O que é Trastuzumab Deruxtecan?
Trastuzumab Deruxtecan é um conjugado anticorpo-droga (ADC), composto por duas partes principais: o anticorpo Trastuzumab, que se liga à proteína HER2 presente nas células tumorais, e o ingrediente ativo Deruxtecan, que destrói essas células malignas.
Esse mecanismo de ação altamente seletivo minimiza os danos às células saudáveis, reduzindo os efeitos colaterais. “É uma abordagem precisa que concentra a ação do medicamento onde é necessário, protegendo outros tecidos do corpo”, explica o Dr. Ramon.
Detalhes do estudo DESTINY-Breast12
O estudo que validou a eficácia do Trastuzumab Deruxtecan foi conduzido com mais de 500 pacientes de centros de câncer na Europa Ocidental, Japão, Austrália e Estados Unidos. Entre os participantes, havia tanto indivíduos com quanto sem metástases cerebrais.
Os resultados mostraram que, em média, os pacientes viveram mais de 17 meses sem progressão da doença. Além disso, 60% mantiveram o tumor estabilizado por pelo menos um ano. Entre os pacientes com metástases cerebrais, a regressão foi observada em mais de 70% dos casos, e 90% dos participantes estavam vivos após 12 meses de tratamento.
“Esses números são extremamente encorajadores, especialmente para quem enfrenta a complexidade das metástases cerebrais”, destaca o Dr. Ramon.
Prevenção continua sendo fundamental
Apesar dos avanços no tratamento, o especialista reforça a importância de medidas preventivas para reduzir o risco de desenvolver o câncer de mama. Entre as principais recomendações estão a adoção de uma dieta rica em frutas e vegetais, evitando alimentos pró-inflamatórios; prática regular de exercícios físicos; manutenção do peso corporal saudável; e evitar o consumo excessivo de álcool e o tabagismo.
Visitas regulares ao ginecologista e mamografias periódicas também são cruciais para o diagnóstico precoce, aumentando as chances de sucesso no tratamento.
Esperança para o futuro
Além de sua aplicação atual, o Trastuzumab Deruxtecan está sendo estudado em outros contextos oncológicos, mostrando resultados igualmente promissores. “Esse medicamento representa um avanço significativo no tratamento do câncer de mama e pode transformar a abordagem terapêutica no futuro”, conclui o Dr. Ramon.
Câncer de Mama: sinais menos conhecidos que merecem atenção
Além do caroço no seio, outros sintomas podem indicar câncer de mama, como alterações na textura da pele, inchaço, dor persistente ou mudanças no formato do mamilo. Identificar esses sinais precocemente é fundamental para o sucesso do tratamento. Fique atenta e busque avaliação médica ao notar algo incomum. Veja mais!