Este medicamento popular pode ser arriscado para quem tem mais de 65 anos

Estudo sugere que o uso prolongado de um medicamento pode causar riscos graves à saúde de idosos, como problemas cardíacos e renais

Por Caroline Vale em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
19/12/2024 18:02

O paracetamol, amplamente utilizado para aliviar dores e reduzir febres, é geralmente considerado seguro.

A pesquisa analisou dados de pacientes idosos que fizeram uso repetido de paracetamol
A pesquisa analisou dados de pacientes idosos que fizeram uso repetido de paracetamol - iStock/SVPhilon

No entanto, um estudo recente da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, e publicado na revista Arthritis Care and Research, indica que seu uso prolongado pode apresentar riscos significativos para pessoas com 65 anos ou mais.

Quais são os riscos do uso prolongado de paracetamol em idosos?

A pesquisa analisou dados de 180.483 pacientes idosos que fizeram uso repetido de paracetamol (duas ou mais prescrições em seis meses) e identificou uma associação com o aumento de:

  • úlceras peptídicas;
  • insuficiência cardíaca;
  • hipertensão;
  • doença renal crônica.

Devido à sua reputação de segurança, o paracetamol tem sido amplamente recomendado como tratamento de primeira linha para condições como a osteoartrite, especialmente em idosos que apresentam maior risco de complicações relacionadas a medicamentos.

Weiya Zhang, líder do estudo, ressalta que, embora sejam necessárias mais pesquisas para confirmar essas descobertas, é crucial reconsiderar o uso do paracetamol.

“Dado seu efeito mínimo de alívio da dor, o uso de paracetamol como analgésico de primeira linha para condições de longo prazo, como osteoartrite em idosos, precisa ser cuidadosamente considerado”, afirmou.

Recomendações para o uso de paracetamol em idosos

É fundamental que o uso de paracetamol por idosos seja supervisionado por profissionais de saúde. A Anvisa alerta que o uso indiscriminado do medicamento pode levar a eventos adversos graves, incluindo hepatite medicamentosa e morte.

Portanto, é essencial seguir as doses recomendadas e considerar alternativas quando apropriado.

Existem outras opções de analgésicos que podem ser consideradas, dependendo da condição específica e do perfil de saúde do paciente. Consulte seu médico.

 

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