Medicamentos para dormir podem elevar o risco de demência, aponta estudo

Embora os sedativos sejam amplamente prescritos para tratar insônia e ansiedade, seu efeito vai além do simples induzir ao sono

Por André Nicolau em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
18/02/2025 16:00 / Atualizado em 20/02/2025 22:31

Relação entre remédios para dormir e Alzheimer
Relação entre remédios para dormir e Alzheimer - iSTock/Drs Producoes

Dormir bem é essencial, mas será que os remédios para insônia são realmente aliados da saúde? Pesquisas recentes indicam que o uso contínuo de medicamentos sedativos pode estar associado a um aumento preocupante no risco de demência, afetando milhões de idosos em todo o mundo.

Um estudo realizado pela Universidade da Califórnia e publicado no Journal of Alzheimer’s Disease encontrou uma ligação alarmante entre substâncias como zolpidem, clonazepam e diazepam e o desenvolvimento dessa condição neurodegenerativa. O risco pode chegar a aumentar em até 79%.

O estudo acompanhou 3.000 idosos durante nove anos e revelou que 20% dos participantes desenvolveram demência no período. A análise dos dados mostrou que o uso frequente de hipnóticos não benzodiazepínicos, como o zolpidem, e benzodiazepinas, como o clonazepam e o diazepam, elevou consideravelmente o risco da doença, especialmente entre indivíduos brancos. A regularidade do consumo e o tipo específico de medicação foram determinantes nessa equação perigosa.

O impacto silencioso no cérebro

Embora os sedativos sejam amplamente prescritos para tratar insônia e ansiedade, seu efeito vai além do simples induzir ao sono. Especialistas alertam que, a longo prazo, esses medicamentos podem comprometer funções cerebrais essenciais, prejudicando a memória, a coordenação motora e aumentando a vulnerabilidade ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas. O zolpidem, por exemplo, embora eficaz no curto prazo, pode alterar o funcionamento do cérebro quando utilizado por períodos prolongados.

Diante desse cenário preocupante, médicos e cientistas recomendam explorar alternativas mais seguras para lidar com distúrbios do sono. A terapia cognitivo-comportamental surge como uma opção eficaz e livre de riscos químicos, ajudando pacientes a reprogramar padrões de sono sem recorrer a substâncias potencialmente prejudiciais. Outra alternativa promissora é a melatonina, um hormônio natural que regula o ciclo do sono, embora mais pesquisas sejam necessárias para avaliar seus efeitos a longo prazo.

Reflexão: o que vale mais, o sono imediato ou a saúde futura?

Embora o tratamento da insônia seja crucial para a qualidade de vida, o preço de um sono induzido quimicamente pode ser alto demais. A consciência sobre os riscos do uso prolongado de sedativos é fundamental para que médicos e pacientes tomem decisões informadas e priorizem abordagens mais seguras. Antes de recorrer a uma pílula para dormir, vale considerar outras estratégias que protejam não apenas a noite de sono, mas também a saúde cerebral no futuro.

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