Médicos alertam para uso do ‘chip da beleza’; entenda

o implante hormonal para fins estéticos pode causar danos irreversíveis

O aumento do uso indiscriminado do “chip da beleza” levou a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) divulgar nota para esclarecer que não recomenda o uso de implantes hormonais de gestrinona para fins estéticos ou terapêuticos.

O chip é um dispositivo implantado no corpo –próximo a axila ou nas nádegas — que libera a gestrinona, um hormônio esteroide com ações anabolizantes. No entanto, o uso dessa substância no Brasil é aprovado apenas na forma oral e para o tratamento da endometriose.

Médicos alertam para uso do ‘chip da beleza’; entenda
Créditos: CatherineL-Prod/iStock
Médicos alertam para uso do ‘chip da beleza’; entenda

Segundo a nota da SBEM, divulgada no último sábado, 6, a utilização de implantes hormonais, “utilizando esteroides sexuais e seus derivados vem aumentando de forma avassaladora”. Por serem apresentações customizáveis, existe um “real risco de superdosagem e de subdosagem”.

No documento, estão também todos os detalhes sobre a posição internacional sobre o uso dos chamados “chips da beleza” para que as autoridades aumentem a fiscalização quanto ao uso inadequado destes implantes hormonais no nosso país. Confira a íntegra da nota aqui.

“Chip da beleza”

Os chamados “chips da beleza” prometem, além de mudanças estéticas –diminuição de massa gorda, aumento de massa muscular e aumento da libido– melhora no  desempenho físico.

Por serem apresentações customizáveis, existe um “real risco de superdosagem e de subdosagem”no uso do “chip da beleza”
Créditos: master1305/iStock
Por serem apresentações customizáveis, existe um “real risco de superdosagem e de subdosagem”no uso do “chip da beleza”

O uso dos “chips da beleza” já tinha sido criticado pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

Os dispositivos não têm registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e também não existe produção de gestrinona oral pela indústria farmacêutica no Brasil.

. O único implante hormonal industrializado aprovado pelo órgão é o Implanon, anticoncepcional composto por etonogestrel –um tipo de progesterona.