Médicos retiram 40 larvas que estavam comendo cabeça de criança

A mãe da criança encontrou os buracos após a menina reclamar de fortes dores de cabeça.

10/10/2019 14:35

Uma criança de sete anos teve mais de 40 larvas retiradas da cabeça, no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. A menina foi internada porque a mãe identificou a lesão causada por parasitas.

Médicos retiram 40 larvas que estavam comendo cabeça de criança
Médicos retiram 40 larvas que estavam comendo cabeça de criança - Divulgação

A mãe da criança encontrou os buracos após a menina reclamar de fortes dores de cabeça.

A menina foi internada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no dia 3 de outubro. Então, no dia seguinte, ela foi transferida para o Hospital Irmã Dulce. O Conselho Tutelar investiga o caso.

Um médico veterinário foi chamado para ajudar no caso. Segundo o médico Fabiano Miranda, de 39 anos, o risco já está controlado e equipes médicas continuam retirando as larvas, que já saem mortas. A “berne”, segundo ele, é uma larva que aparece principalmente em animais. A doença é causada por ovos de mosca que, quando depositados em ferimentos na pele de animais ou humanos, se tornam larvas.

“Nas primeiras 24h, ainda no UPA, tiraram mais de 40 ‘bernes’ [larvas]. Mas ela precisava de uma transferência para atendimento especializado, porque já havia larvas mais profundas que continuavam comendo a cabeça. Então corri atrás disso, divulgando nas redes sociais para que ela fosse transferida ao Hospital Irmã Dulce”, explica Fabiano Miranda.

O médico veterinário disse ter ficado desesperado ao ver a criança, que chorava demais, “porque o bicho se alimenta de carne e estava comendo a cabeça dela”, segundo ele.

No caso de crianças, a infecção pode acontecer em ferimentos causados por piolho, segundo o veterinário. Como a mãe relatou que a criança não tinha piolhos, é possível que ela tenha batido a cabeça e que o ferimento tenha passado despercebido.

Não é normal encontrar casos assim em ambientes urbanos. “Nos meses de setembro e outubro há mais ocorrências. Estou acompanhando a melhora da criança diariamente e irei visitá-la pessoalmente”, disse o médico.