Melanoma: entenda o câncer de pele que levou Roberto Leal à morte

O câncer de pele é o tipo mais comum no Brasil, já o melanoma é raro e corresponde a 4% desse total e tem um grande potencial metastático

15/09/2019 20:03

O melanoma, que causou a morte do cantor português Roberto Leal , é um tipo de câncer de pele menos comum, mas muito agressivo e que, na maioria dos casos, leva à metástase e depois à morte.

O cantor português, faleceu neste domingo, 15, vítima de uma melanoma aos 67 anos.

Melanoma: entenda o câncer de pele que levou Roberto Leal à morte
Melanoma: entenda o câncer de pele que levou Roberto Leal à morte - Divulgação

O câncer de pele é o mais comum no Brasil, representando cerca de 30% de todos os casos da doença. O melanoma corresponde a 4% desse total e tem um grande potencial metastático. Apesar da gravidade, a chance de cura é de mais de 90%, em casos de diagnóstico precoce.

O melanoma ocorre quando há um crescimento anormal da células produtoras de melanina (melanócitos) que dão cor à pele.  Pessoas de pele clara, cabelos claros e sardas são mais propensas a desenvolver o câncer de pele. Entre os fatores de risco, está a exposição ao sol sem a devida proteção.

Sinais no corpo

O melanoma pode surgir em qualquer parte do corpo, inclusive em áreas não expostas ao sol. Geralmente, é comum identifica-lo como uma pinta ou mancha que pode mudar de cor ou tamanho.

De acordo com Dr. Bernardo Garicochea, oncologista e especialista em genética do CPO, unidade do Grupo Oncoclínicas em São Paulo, é importante a avaliação frequente de um dermatologista para acompanhamento das lesões cutâneas.

“As alterações a serem avaliadas como suspeitas são o que qualificamos como ‘ABCD’- assimetria, bordas irregulares, cor e diâmetro. A análise da mudança nas características destas lesões é de extrema importância para um diagnóstico precoce”, explica.

O Instituto Melanoma Brasil recomenda ficar atento aos seguintes sinais:

  • Surgimento de uma nova mancha, de forma irregular;
  • Sinal de nascença simples que muda de cor, tamanho ou textura ;
  • Uma lesão com borda irregular, com área ou pontos vermelhos, brancos, azuis, cinzas ou preto-azulados;
  • Uma nova protuberância brilhante, firme, em qualquer parte do corpo;
  • Manchas escuras sob as unhas de mãos ou pés, nas palmas das mãos, plantas dos pés ou nas membranas mucosas;
  • A forma de metade da mancha não coincide com a outra metade.
  • As bordas são irregulares, entalhadas ou dentadas.
  • É muitas vezes desigual. Tons de preto, marrom e canela podem estar presentes. Áreas brancas, cinzas, vermelhas ou azuis também podem ser vistas.
  • Diâmetro. Maior que 6 mm.

O oncologista Bernardo Garicochea destaca que 3% dos melanomas são hereditários e indica alguns pontos de atenção que podem indicar propensão à doença:

  • Pessoas que possuem uma grande quantidade de pintas escuras espalhadas pelo corpo;
  • Incidência de melanoma em algum parente muito jovem (menos de 35 anos);
  • Mais de dois casos de melanoma na família (em qualquer idade).

Nesses casos, o médico informa que há um teste genético capaz de identificar se há predisposição genética ao melanoma. O teste coleta uma amostra de saliva ou sangue para detectar a presença de genes ligados à doença.

Tratamento

O tratamento mais adequado irá depender do tamanho e estágio da doença, podendo ser quimioterapia, radioterapia, terapia biológica, cirurgia e imunoterapia.

A imunoterapia, por exemplo, é o tratamento que promove a estimulação do sistema imunológico por meio do uso de substâncias modificadoras da resposta biológica. “Em resumo, trata-se de um grupo de drogas que, ao invés de mirar o câncer, ajuda as nossas defesas a detectá-lo e agredi-lo”, explica o oncogeneticista.