Detectar o câncer de pele nos estágios iniciais é muito importante, pois isso aumenta significativamente as chances de cura. Para tanto, é importante prestar atenção a qualquer nova mancha, pinta ou lesão que surja na pele, mesmo em áreas que não ficam expostas ao sol. Muitas vezes, mudanças sutis na aparência dessas lesões podem indicar problemas mais graves.

A observação cuidadosa e rotineira da pele, com atenção aos sinais incomuns, pode ser um dos fatores mais importantes para identificar um possível melanoma. A seguir, um método útil para guiar esse processo de autoverificação.

Método simples para identificar câncer de pele - iSTock/LightFieldStudios

Método ABCDE para identificar o câncer de pele

Uma maneira prática de identificar lesões suspeitas é o método “ABCDE”, que utiliza cinco critérios principais para ajudar na avaliação de pintas e manchas. Cada letra corresponde a um aspecto que deve ser observado:

A de Assimetria: Uma lesão assimétrica, ou seja, que não possui as duas metades iguais, pode ser sinal de melanoma. Em pintas comuns, as duas partes costumam ser idênticas.
B de Bordas: Melanomas tendem a ter bordas irregulares, muitas vezes com entalhes ou contornos recortados. Já as pintas benignas geralmente possuem bordas suaves e uniformes.
C de Cor: O melanoma pode apresentar várias tonalidades, como marrom, preto, bege, ou até cores mais incomuns, como vermelho e azul. Pintas normais, em contrapartida, possuem uma cor uniforme.
D de Diâmetro: Lesões que apresentam mais de 5 mm de diâmetro, ou que crescem de forma rápida, devem ser examinadas por um dermatologista. Embora o ideal seja detectar a doença antes que a mancha atinja esse tamanho, o diâmetro maior pode ser um alerta.
E de Evolução: Mudanças nas características da lesão ao longo do tempo, como crescimento, alteração de cor, coceira ou sangramento, também indicam a necessidade de investigação.

Esses critérios são amplamente aceitos entre especialistas e podem ser usados como base para a autoverificação regular da pele.

O método ABCDE é simples, mas pode ser uma ferramenta poderosa na identificação precoce do câncer de pele - iSTock/ruizluquepaz

Fatores adicionais de atenção

Além do método ABCDE, a oncologista Flora Lino destaca outro sinal de alerta: o “sinal do patinho feio”. Quando uma nova pinta aparece e se diferencia claramente das demais, especialmente em pessoas com muitas pintas, é fundamental procurar orientação médica. Pintas ou lesões que desenvolvem crostas, sangram ou não cicatrizam também requerem atenção imediata.

Dicas para prevenir o câncer de pele

A prevenção é sempre o melhor caminho. Segundo a Dra. Flora, o uso diário de protetor solar é indispensável, inclusive para quem trabalha em ambientes fechados, como no home office. Mesmo a exposição à luz de dispositivos eletrônicos, como celulares e computadores, pode ser prejudicial à pele.

Ela reforça a importância de reaplicar o filtro solar a cada duas horas, principalmente durante atividades ao ar livre. Produtos desenvolvidos para atletas podem ser uma boa opção, pois oferecem maior fixação. Contudo, mesmo esses precisam ser reaplicados com regularidade.

Proteger a pele vai além do filtro solar: fique atento a qualquer mudança em suas pintas e manchas - iSTock/Anastasiia Yanishevska

Cuidados com áreas expostas e proteção adicional

Além do uso do protetor solar, a oncologista recomenda o uso de chapéus, óculos de sol e roupas com proteção UV durante a exposição direta ao sol. Áreas comumente negligenciadas, como orelhas, pescoço, lábios e asas do nariz, também precisam de proteção, pois são vulneráveis ao desenvolvimento de tumores.