Mulher que morreu por febre maculosa recebeu diagnóstico errado

Diagnóstico errado custa a vida de dentista: deixou de tratar febre maculosa por diagnóstico de dengue

14/06/2023 16:00

O marido de Evelyn, Marcelo Borges, relatou ao jornal “Metrópoles” que a dentista de 28 anos, que faleceu, procurou mais de um hospital em busca de tratamento para os sintomas da febre maculosa.

No entanto, recebeu o diagnóstico de dengue e foi aconselhada a retornar para casa. Evelyn veio a falecer na última quinta-feira, 8, um dia antes de sua viagem para o Chile no Dia dos Namorados.

Mulher que morreu por febre maculosa recebeu diagnóstico errado
Mulher que morreu por febre maculosa recebeu diagnóstico errado - Arquivo pessoal

Mulher que morreu por febre maculosa recebeu diagnóstico errado

Na terça-feira, 13, o Instituto Adolfo Lutz confirmou que a febre maculosa foi a causa da morte da dentista. É o terceiro caso fatal registrado em Campinas, São Paulo, após o falecimento da dentista Mariana Giordano e de seu namorado, o piloto Douglas Costa. Todos os três apresentaram sintomas após participarem de um evento realizado na Fazenda Santa Margarida, localizada no interior de Campinas.

No dia 3 de junho, Evelyn apresentou febre, cefaleia, choque e crise convulsiva logo após o surgimento dos sintomas. Ela foi internada no dia 7 e veio a falecer no dia 8. Segundo Marcelo Borges, ele foi o primeiro a adoecer, mas se recuperou depois de passar dois dias de repouso. Por sua vez, Evelyn procurou um hospital municipal no domingo, 4, devido às dores nas articulações e à febre de 40ºC. Essas foram as informações compartilhadas por Marcelo Borges ao jornal “Metrópoles”.

“No hospital, ela fez exame de sangue e a única coisa que deu foi uma alteração nas plaquetas, que estava entre 122 mil e 125 mil. Trataram como dengue e mandaram para casa. Não foi investigado a fundo se era [dengue] mesmo ou não”, disse Marcelo.

Suspeita de dengue

Na segunda-feira, Evelyn decidiu buscar assistência médica novamente, desta vez em um hospital privado, onde um dos médicos afirmou ter “certeza” de que ela estava com dengue. De acordo com o relato do marido, foram realizados dois testes que resultaram negativos para a doença.

“O médico falou que não era nada alarmante e poderia ir para casa. Eu questionei várias vezes o que poderia ser e a resposta que tive foi: ‘Pode ser muita coisa. Vai para casa e faz repouso'”, contou Marcelo.

Na terça-feira, enquanto se dirigiam a um terceiro hospital, Evelyn sofreu uma convulsão dentro do carro, e o marido realizou massagem cardíaca nela até chegarem à unidade médica, onde ela foi internada em estado grave. A dentista faleceu dois dias depois.

O Instituto Adolfo Lutz confirmou que a causa da morte de Evelyn eleva para seis o número de óbitos relacionados à doença no estado de São Paulo. Além disso, foi confirmado o falecimento de uma adolescente que também estava presente na mesma festa realizada no interior de Campinas e que havia sido internada em um hospital com suspeitas da doença. O instituto afirmou que o “óbito será igualmente investigado” e que as “amostras ainda devem ser encaminhadas ao laboratório”.