Primeiro registro científico: mulher trans consegue amamentar
Por meio de um tratamento com hormônios femininos e uma técnica para induzir a lactação, um grupo de cientistas dos Estados Unidos conseguiram que uma mulher transgênero (ou seja, que nasceu com o gênero masculino, mas se identifica e reconhece como mulher) produzisse leite e amamentasse seu filho.
A mulher, de 30 anos, passava pela terapia hormonal há seis anos, mas não havia se submetido à cirurgia de mudança de sexo, e procurou ajuda para viabilizar a amamentação, já que sua parceira não tinha intenção de fazê-lo.
O remédio que foi usado inicialmente é indicado para tratamento de problemas gástricos, e foi comprado no Canadá, uma vez que nos Estados Unidos ele é proibido. Apesar de não ser licenciado para essa finalidade, o medicamento tem como efeito colateral o estímulo da lactação, por isso, começaram os resultados na produção de leite pela paciente trans.
- Microsoft abre curso gratuito para mulheres; saiba como se inscrever
- AVC: saiba como prevenir e identificar os sinais de alerta
- Senai oferta mais de 5 mil vagas em cursos gratuitos
- Como a vitamina D pode impactar a depressão e a ansiedade
Assim, os médicos recomendaram que ela continuasse fazendo o uso do medicamento diariamente. O tratamento envolveu ainda a administração de um coquetel de remédios, um bloqueador de hormônios masculinos, e o bombeamento da mama.
Após o sucesso inicial, a equipe percebeu que a mulher conseguiu amamentar incessantemente ao longo de seis semanas – inicialmente, a produção foi de aproximadamente 240 ml por dia. O pediatra do bebê atestou que os níveis de desenvolvimento estavam normais. Passado esse período, os médicos notaram que volume de leite produzido apresentava variação, e então foi necessário complementar a dieta da criança, que continuou se alimentando também do leite materno até os seis meses de vida.
Este é o primeiro caso de lactação em uma mulher transgênero a ser registrado em um jornal científico, o Transgender Health, e a conquista é dos cientistas Tamar Reisman e Zil Goldstein, do Mount Sinai Center for Transgender Medicine and Surgery, de Nova York. No entanto, eles acreditam que seria possível obter os mesmos resultados sem utilizar o medicamento, apenas com os hormônios e as bombas de lactação. Por isso, pedem que a pesquisa continue.
A técnica utilizada nesse experimento é baseada no protocolo Newman-Goldfarb, desenvolvido em 1999 para induzir lactação em mulheres cujo filho tenha sido gestado em outra barriga.
Leia mais: