Mulheres sofrem mais com doenças autoimunes; entenda!
Pesquisa revela: mulheres têm maior susceptibilidade a doenças autoimunes, como lúpus e esclerodermia
Um grupo de pesquisadores da Universidade de Stanford nos EUA, descobriu que as mulheres estão mais propensas a doenças autoimunes, como lúpus, artrite, esclerodermia e esclerose múltipla. A justificativa pode residir no cromossomo sexual feminino ‘X’.
Mulheres sofrem mais com doenças autoimunes
Doenças autoimunes surgem quando o sistema imunológico hiperativa, atacando tecidos do próprio corpo. Tais enfermidades são a terceira principal causa de morte no país, sendo superadas apenas por câncer e doenças cardíacas. Mulheres representam cerca de quatro em cada cinco diagnósticos autoimunes nos Estados Unidos.
O X da questão
Homens e mulheres carregam 22 pares idênticos de cromossomos e um, o 23º, diferente. Nas mulheres, existe um cromossomo ‘X’ adicional, que pode influenciar a manifestação de certas características dependentes do sexo.
Normalmente, apesar de ter um cromossomo ‘X’ extra, as mulheres produzem níveis similares de proteínas especificadas pelo cromossomo X em comparação aos homens.
Isto acontece devido a um mecanismo de silência de um dos dois cromossomos X, um processo realizada pelo RNA Xist, para impedir duplicidades na expressão genética.
Dados do estudo
Os pesquisadores conduziram um experimento com camundongos em que descobriram que a inserção do Xist em machos pode levar a doenças autoimunes.
Desta forma, puderam analisar a resposta do sistema imune ao Xist quando há apenas um cromossomo X.
Notaram que os machos desenvolvem autoimunidade semelhante ao lúpus em uma taxa menor do que as fêmeas, mas quando o gene Xist inserido foi ativado, desenvolveram a doença numa taxa semelhante à das fêmeas.
Mesmo havendo constatação de vários autoantígenos que o Xist recruta para silenciar os cromossomos, e sendo estes autoantígenos os gatilhos do sistema imunológico para atacar o corpo que deveria defender, os cientistas acreditam que é pouco provável que essas moléculas sejam a única causa para a propensão de mulheres a doenças autoimunes.
Entretanto, sua confirmação pode abrir caminho para novos tratamentos específicos a essas moléculas.
Esta revelação significativa na medicina auxiliará não apenas no entendimento mais amplo das doenças autoimunes, mas também poderá ser a chave para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes, mudando a vida de milhares de pacientes ao redor do mundo.