Nimesulida: por que o anti-inflamatório é proibido em diversos países?

A nimesulida é amplamente acessível no Brasil e muitas vezes adquirida sem controle rigoroso, o que pode aumentar os riscos

Por Caroline Vale em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
06/03/2025 18:35 / Atualizado em 24/03/2025 13:36

A nimesulida é um anti-inflamatório não esteroidal (AINE) amplamente utilizado no Brasil para aliviar dor, febre e inflamação. No entanto, sua utilização é motivo de preocupação devido aos potenciais riscos à saúde, especialmente relacionados ao fígado. Esses riscos levaram à proibição ou restrição de seu uso em diversos países.

Os riscos da nimesulida
Os riscos da nimesulida - iStock/Elena Medoks

A nimesulida atua inibindo a enzima ciclooxigenase (COX), responsável pela produção de prostaglandinas, substâncias que mediam a inflamação e a dor no corpo. Ao bloquear essa enzima, a nimesulida reduz a inflamação, alivia a dor e diminui a febre.

Quais são os riscos associados ao uso da nimesulida?

Embora eficaz, o uso da nimesulida pode acarretar efeitos colaterais significativos. Entre os mais comuns estão diarreia, náusea e vômito.

Reações menos frequentes incluem coceira, vermelhidão na pele, tontura e aumento da pressão arterial.

O uso prolongado ou em doses elevadas pode levar a danos hepáticos graves, insuficiência renal e problemas cardiovasculares.

Por que a nimesulida é proibida em alguns países?

Devido ao risco de hepatotoxicidade, a nimesulida foi retirada do mercado em países como Estados Unidos, Canadá, Japão e Irlanda. Na Irlanda, por exemplo, a suspensão ocorreu após relatos de falência hepática fulminante que necessitaram de transplante de fígado.

No Brasil, a nimesulida permanece disponível, mas seu uso requer prescrição médica e deve ser administrada com cautela. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforça que o medicamento é contraindicado para menores de 12 anos e deve ser utilizado com cuidado por gestantes, idosos e pacientes com problemas hepáticos, renais ou cardíacos.

Para minimizar os riscos, é essencial seguir as orientações médicas e não exceder a dose recomendada de 100 mg duas vezes ao dia. Evite o uso concomitante de outros medicamentos sem orientação profissional e suspenda o consumo de álcool durante o tratamento para não sobrecarregar o fígado.