Nossos dentes envelhecem? Especialista explica!

Conheça os sinais do envelhecimento precoce dos dentes e como cuidar do sorriso ao longo dos anos

20/04/2025 14:00

Conheça os sinais do envelhecimento precoce dos dentes e como cuidar do sorriso ao longo dos anos – Canva/Reprodução
Conheça os sinais do envelhecimento precoce dos dentes e como cuidar do sorriso ao longo dos anos – Canva/Reprodução

Embora muitas vezes negligenciado, o envelhecimento dentário é um fenômeno inevitável e afeta diretamente a saúde e a qualidade de vida das pessoas. Com o passar dos anos, os dentes sofrem desgastes naturais, alterações de cor, retração gengival e até perda de estrutura, o que pode comprometer funções básicas como a mastigação e a fala, além de impactar na estética e na autoestima.

Esse processo é influenciado tanto por fatores biológicos quanto por hábitos adquiridos ao longo da vida, como a escovação inadequada, o consumo de substâncias abrasivas, doenças sistêmicas e o uso de medicamentos que afetam a produção de saliva. Por isso, entender como ele ocorre e como preveni-lo é fundamental para garantir uma saúde bucal mais longeva.

Afinal, dentes envelhecem? 

Sim, dentes envelhecem! Segundo a dentista Giovanna Zanini, o desgaste dentário afeta tanto os dentes quanto os tecidos ao redor, como a gengiva. “O envelhecimento dentário é um processo natural que ocorre em todo indivíduo. Algumas pessoas aceleram esse processo com hábitos parafuncionais, como o uso excessivo de força ao escovar os dentes, o bruxismo, o uso de cigarro ou até o consumo de alimentos muito ácidos”, explica.

De acordo com a especialista, o primeiro sinal comum desse processo é o desgaste do esmalte — a camada mais externa e branca do dente. “Quando a gente perde esmalte, o dente naturalmente vai ficar mais amarelado, porque a dentina é amarelada”, afirma. 

Com o passar dos anos, é comum que os pacientes enfrentem também perdas dentárias por diferentes motivos — como doenças periodontais, acidentes ou falhas em restaurações antigas. “Durante a vida, o paciente pode perder dentes, e aí ocorre a reabsorção óssea naquela região. Isso leva a mudanças na mordida, que podem afetar tanto a mastigação quanto a estética”, afirma Zanini.

Outro fator comum é a retração gengival, que pode acontecer de forma natural ou como consequência da sobrecarga em determinados dentes, especialmente quando há ausências dentárias. “Essa retração expõe mais a raiz do dente, o que aumenta a sensibilidade e facilita o surgimento da cárie radicular”, explica.

Além disso, a dentista chama atenção para uma questão muitas vezes ignorada: a diminuição da produção de saliva. “É normal que o paciente mais idoso produza menos saliva, e isso afeta a homeostase da cavidade bucal. A saliva regula o pH e ajuda na limpeza. Quando essa produção cai, o risco de cáries aumenta”, destaca. Ela ressalta que muitos medicamentos utilizados por pessoas idosas também contribuem para essa redução, o que exige ainda mais cuidado.

Outro ponto de atenção são as restaurações realizadas ao longo da vida. “As restaurações têm uma durabilidade, como qualquer outro procedimento. Com o tempo, elas podem apresentar falhas, infiltrar ou quebrar, o que aumenta o risco de perda dentária”, afirma.

Segundo Zanini, algumas doenças sistêmicas também agravam o quadro bucal. A diabetes é uma das mais impactantes nesse aspecto. “A gente vê muitos sinais da diabetes na boca. Ela causa aumento das doenças periodontais, que podem levar à perda dos dentes e alterar a oclusão. É um ciclo que se retroalimenta”, explica.

Apesar de ser um processo natural, o envelhecimento dentário pode — e deve — ser desacelerado com alguns cuidados. Para evitar o desgaste precoce e manter a saúde bucal ao longo da vida, a especialista recomenda:

  • Higiene bucal adequada: escovação com técnica suave, uso de escovas com cerdas macias e fio dental diário;
  • Evitar hábitos nocivos: como roer unhas, morder objetos ou ranger os dentes (bruxismo), que deve ser tratado com orientação profissional; 
  • Consultas regulares ao dentista: para diagnóstico precoce de lesões, infiltrações, falhas em restaurações e necessidade de trocas; 
  • Tratamentos restauradores e funcionais: como coroas, próteses, ajustes na mordida e tratamento periodontal para equilibrar a força mastigatória e evitar sobrecargas; 
  • Avaliação da saliva: exames específicos podem verificar quantidade e composição da saliva, o que é fundamental na terceira idade; 
  • Atenção à saúde geral: controle de doenças sistêmicas, como a diabetes, e revisão dos medicamentos que possam interferir na saúde bucal.

“Esses cuidados são essenciais para preservar a saúde bucal e garantir que o envelhecimento dos dentes ocorra de forma mais lenta e saudável”, conclui Giovanna Zanini. 

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