EUA alertam para o ressurgimento de nova cepa do vírus da mpox

A mpox, uma doença infecciosa anteriormente chamada de varíola dos macacos, atingiu muitas pessoas em 2022

17/05/2024 17:06 / Atualizado em 21/08/2024 10:02

Ameaça de ressurgimento do mpox nos EUA
Ameaça de ressurgimento do mpox nos EUA - iStock/Marina Demidiuk

Com a chegada do mês do orgulho gay e a programação de eventos em várias partes do mundo, cresce a preocupação com um possível ressurgimento do vírus da mpox, anteriormente conhecido como varíola dos macacos, que já afetou milhares de indivíduos, principalmente dentro da comunidade gay e bissexual.

Na quinta-feira, 16, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos emitiram um alerta sobre uma nova cepa mortal de mpox, que está circulando na República Democrática do Congo.

O alerta vem em um momento preocupante, quando a maioria das pessoas em risco ainda não está plenamente vacinada.

Quais são os perigos da nova cepa de mpox?

A nova versão do vírus, conhecida como Clade I, é mais letal e tem sido a principal causa de aproximadamente 20.000 casos e quase 1.000 mortes apenas desde janeiro de 2023 no Congo. Até agora, nenhum caso desse subtipo foi identificado fora da África.

A cepa historicamente possui uma taxa de mortalidade de cerca de 5%, significativamente mais alta que a cepa Clade IIb, que desencadeou o surto global em 2022

O que é a doença mpox?

A mpox é uma doença viral rara causada pelo vírus monkeypox e pertencente ao gênero Orthopoxvirus.

A transmissão da mpox ocorre por contato com secreções infectadas das vias respiratórias, feridas ou bolhas na pele da pessoa infectada. E também com o compartilhamento de objetos contaminados com fluidos do paciente ou materiais da lesão.

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, até 30 de janeiro de 2024, acabaram sendo registradas 57.333 notificações para mpox. Destas, 11.212 casos foram confirmados e 425 estão classificados como prováveis.

Quais são os sintomas da doença mpox?

A mpox se manifesta com sintomas como febre alta, calafrios, exaustão, intensas dores de cabeça e nas costas, além de erupções cutâneas e lesões dolorosas.

Pessoas com sistemas imunológicos comprometidos, incluindo indivíduos vivendo com HIV, estão particularmente em risco de desenvolver formas graves da doença.

Além disso, o tratamento é geralmente de suporte, focando no alívio dos sintomas e no manejo das complicações. Antivirais têm mostrado eficácia contra o vírus em estudos laboratoriais.

Afinal, por que a vacinação é crucial neste momento?

A vacinação aparece como um dos principais métodos de prevenção contra a mpox. Estudos recentes indicam que duas doses da vacina conferem uma proteção de até 90%, mitigando também a severidade e a duração da doença, caso a infecção ocorra.

No entanto, nos Estados Unidos, apenas um em cada quatro cidadãos em risco recebeu as duas doses recomendadas.

Para combater essa baixa adesão, Jennifer McQuiston, vice-diretora da Divisão de Patógenos de Alta Consequência do CDC, enfatiza a necessidade de métodos mais inovadores de comunicação para aumentar a aceitação da vacina pelo público.

A vigilância epidemiológica é crucial para controlar surtos de mpox. A detecção precoce e o isolamento dos casos ajudam a prevenir a propagação do vírus.