Nova tecnologia pode rastrear risco de Alzheimer anos antes dos sintomas

O dispositivo acompanha padrões de ondas cerebrais durante o sono e pode ajudar na detecção precoce da doença

Tecnologia ajuda na detecção do Alzheimer antes dos sintomas surgirem
Créditos: iStock/Chinnapong
Tecnologia ajuda na detecção do Alzheimer antes dos sintomas surgirem

Em uma das últimas descobertas significativas na pesquisa sobre a doença de Alzheimer, pesquisadores da Universidade do Colorado conseguiram criar um aparelho inovador.

O dispositivo wearable permite a detecção de sinais relacionados a enfermidade nos estágios iniciais, muito antes dos sintomas começarem a aparecer.

O dispositivo, que é colocado na cabeça do paciente, funciona como um biomarcador digital, identificando padrões de ondas cerebrais associados à reativação da memória durante o sono. Conforme os pesquisadores indicam, é como um rastreador de condicionamento físico para a saúde do cérebro.

A pesquisa analisou dados de 205 idosos, focando em problemas mensuráveis com a reativação da memória e a associação com altos níveis de proteínas, como a amilóide e a tau, que se acumulam na doença de Alzheimer.

Qual é a relação entre o Alzheimer e o sono?

Estudos que datam de 2022 já indicavam que havia uma correlação entre o sono e a doença de Alzheimer.

Pesquisadores do Laboratório de Neuroimagem dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) descobriram que apenas uma noite era o suficiente para os exames indicarem um aumento da proteína beta-amiloide.

Os cientistas acreditam que esta é uma grande etapa para o uso de dispositivos wearables como biomarcadores digitais na detecção de doenças. No entanto, salientam que o dispositivo requer mais pesquisas e aperfeiçoamentos.

Outros estudos corroboram a ligação entre o Alzheimer e os padrões de sono. Uma pesquisa da Universidade de Paris avaliou cerca de 8.000 pessoas durante um período de 25 anos, mostrando que uma rotina de 6 horas ou menos de sono entre as idades de 50 a 70 anos aumentava os casos de demência em cerca de 30% em comparação com aqueles que dormiam por sete horas.

Relação entre sono e Alzheimer
Créditos: cyano66/istock
Relação entre sono e Alzheimer

Da mesma forma, pesquisadores de Harvard, em um estudo que abrangeu 2.800 indivíduos com 65 anos ou mais, descobriram que aqueles que tinham um sono inferior a 5 horas dobravam o risco de déficit cognitivo e que a má qualidade do sono também traz prejuízos significativos.

Com a evolução dessa nova tecnologia, a detecção precoce do Alzheimer é certamente uma perspectiva encorajadora.