Novo dispositivo detecta câncer de esôfago anos antes dos sintomas

Veja como um teste promete um diagnóstico mais rápido e fácil do câncer de esôfago, contribuindo no tratamento da doença

Teste promete acelerar diagnóstico de câncer de esôfago
Créditos: reprodução/Lucid Diagnostics
Teste promete acelerar diagnóstico de câncer de esôfago

O câncer de esôfago é uma das doenças mais mortais no Brasil, com cerca de 11 mil novos diagnósticos e 8.4 mil mortes por ano, de acordo com estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Um dos motivos para essa alta taxa de mortalidade é o diagnóstico tardio, que costuma ocorrer apenas após o aparecimento de sintomas como dor ao engolir, dor no peito e náuseas.

Entretanto, um novo dispositivo chamado EsoCheck está em estágio de aprovação pela Food and Drug Administration (FDA), a agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos.

Como funciona o dispositivo que identifica risco de câncer no esôfago anos antes?

O EsoCheck promete acelerar o diagnóstico do câncer de esôfago e, consequentemente, aumentar as chances de sobrevivência dos pacientes.

O dispositivo, que tem o tamanho de uma cápsula de vitaminas, acaba inserido, preso a um tubo longo e fino, pela garganta do paciente até o estômago. Posteriormente, um pequeno balão com ranhuras é inflado e lentamente arrastado alguns centímetros pela garganta para coletar células.

Todo o processo acaba sendo rápido, levando aproximadamente dois minutos. Além disso, o paciente não precisa de sedação, diferentemente do que acontece na endoscopia, o método de diagnóstico mais conhecido para o câncer de esôfago.

As células coletadas no teste vão para um laboratório. Com o exame, então, é possível identificar células pré-cancerosas em pacientes que têm refluxo – um dos grupos de risco para este tipo de câncer. Com essa informação, é possível iniciar o tratamento antes do desenvolvimento de sintomas.

Tratamento após diagnóstico

Em cerca de duas semanas, os resultados do exame indicam se o paciente apresenta células pré-cancerosas precoces ou tardias.

No primeiro caso, o recomendado é um acompanhamento a cada três anos. Já no segundo caso, é indicado um pequeno procedimento endoscópico com ondas radioterápicas, para destruir as células pré-cancerosas.

Estudos recentes, envolvendo 400 bombeiros em São Francisco, nos Estados Unidos, demonstraram que o dispositivo possui uma impressionante precisão de 90% no diagnóstico de células pré-cancerosas.

Status do teste no mercado

O novo teste, denominado EsoGuard, já está disponível em alguns estados americanos. Recebeu a designação de dispositivo inovador pela Food and Drug Administration (FDA), agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.

Isso pode acelerar a sua aprovação e, consequentemente, a sua disponibilização para um número maior de pacientes e profissionais de saúde. Infelizmente, ainda não há informações concretas sobre o custo do dispositivo.

A aprovação do EsoCheck, por fim, pode ser um grande passo para a detecção precoce e um consequente tratamento mais efetivo do câncer de esôfago.

Com diagnósticos mais rápidos e precisos, é possível que o alto número de mortes causado pela doença diminua significativamente nos próximos anos.