Novo estudo aponta hormônio como possível causa da psoríase

Cientistas identificam excesso de hepcidina na pele de pacientes com psoríase, sugerindo nova origem para a doença e novas possibilidades terapêuticas

Por Thatyana Costa em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
16/04/2025 23:59 / Atualizado em 23/04/2025 11:11

Pesquisadores exploram novos caminhos para tratar a psoríase, focando na regulação da hepcidina.
Pesquisadores exploram novos caminhos para tratar a psoríase, focando na regulação da hepcidina. - iSTock/wisely

Um estudo recente conduzido por cientistas da Universidade de Bath, no Reino Unido, revelou indícios que podem transformar o entendimento sobre a origem da psoríase, uma doença de pele crônica que atinge milhões de pessoas no mundo. A pesquisa sugere que o hormônio hepcidina, conhecido por regular os níveis de ferro no organismo, pode desempenhar um papel central no desenvolvimento da condição.

A psoríase é caracterizada por manchas avermelhadas, escamosas e frequentemente dolorosas na pele. Embora não seja contagiosa, ela pode comprometer significativamente a qualidade de vida dos pacientes, provocando coceiras intensas, desconforto e impacto emocional.

Hepcidina aparece como peça-chave na inflamação cutânea

Publicada na revista científica Nature Communications, a pesquisa indicou que, ao contrário de indivíduos saudáveis, pessoas com psoríase produzem hepcidina também na pele — além do fígado, onde o hormônio normalmente é sintetizado. Esse excesso pode levar ao acúmulo de ferro na pele e, como demonstrado em testes com camundongos, resultar em uma produção exacerbada de células cutâneas e neutrófilos — células associadas à inflamação característica da psoríase.

De acordo com a líder do estudo, Charareh Pourzand, controlar os níveis de hepcidina pode abrir caminhos para uma abordagem terapêutica mais eficaz. Essa nova estratégia poderia complementar os tratamentos existentes e até funcionar como uma medida preventiva contra recaídas.

psoríase também tem base genética e sintomas variados
Apesar da nova hipótese envolvendo a hepcidina, os cientistas ressaltam que a psoríase possui uma forte componente genética. Pessoas com histórico familiar da doença tendem a apresentar os sintomas de forma precoce. Estima-se que entre 1% e 2% da população mundial conviva com a condição. No Brasil, esse índice gira em torno de 1,3%, com variações regionais.

Os principais sintomas da psoríase incluem:

  • Lesões vermelhas com descamação;
  • Coceira persistente;
  • Unhas grossas ou deformadas;
  • Dores nas articulações;
  • Pele rachada e ressecada;
  • Inflamações no couro cabeludo.

A descoberta sobre a hepcidina representa um avanço importante nas pesquisas sobre a psoríase, oferecendo esperança para milhões de pacientes em busca de tratamentos mais eficazes e duradouros.

O que causa psoríase: fatores genéticos e ambientais

A psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele, causada principalmente por predisposição genética. Fatores ambientais, como estresse, infecções, medicamentos e clima, também influenciam seu surgimento e agravamento. Embora não seja contagiosa, a condição afeta significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Clique aqui para saber mais.