Novo sintoma precoce de Alzheimer é descoberto por cientistas

A pesquisa revela impacto primário na visão e estima que 10% dos casos de Alzheimer são desta variante

Uma pesquisa conduzida pela Universidade da Califórnia nos Estados Unidos revelou que os pacientes portadores de atrofia cortical posterior (ACP), um subtipo menos comum do Alzheimer, podem começar a ser afetados pela doença até dois anos antes de observarem quaisquer problemas de memória.

Novo sintoma precoce de Alzheimer é descoberto por cientistas
Créditos: iSTock
Novo sintoma precoce de Alzheimer é descoberto por cientistas

Novo sintoma precoce de Alzheimer é descoberto

O estudo, publicado na revista The Lancet Neurology, analisou 1.092 pacientes de 16 países diferentes que foram diagnosticados com ACP, identificando que ele afeta primariamente a visão, com os sintomas se manifestando a partir dos 59 anos de idade em média.

Atrofia Cortical Posterior: sobre a doença

A atrofia cortical posterior (ACP) é uma doença neurodegenerativa progressiva que envolve o processamento visual e é raramente identificada como um subtipo do Alzheimer.

Os problemas visuais desencadeados pela ACP podem aparecer até dois anos antes dos pacientes apresentarem problemas de memória.

Entre as principais dificuldades encontradas pelos afetados estão problemas para ler, dirigir, para avaliar distâncias e distinguir entre objetos em movimento e parados.

Durante o estudo, os especialistas descobriram que os sintomas visuais começam a se manifestar ao redor dos 59 anos de idade, aproximadamente seis anos antes do que os pacientes diagnosticados com a forma mais comum de Alzheimer.

ACP atinge 10% dos casos de Alzheimer

O estudo estimou ainda que cerca de 10% de todos os casos de Alzheimer são da variante ACP. As mulheres representam a maioria dos pacientes neste grupo.

Com essa percepção, os pesquisadores esperam aumentar a consciência sobre a ACP, incentivando uma investigação mais aprofundada em pacientes com problemas oftalmológicos.

Melhorias no diagnóstico da ACP

“Precisamos de mais conscientização sobre a ACP para que ela possa ser sinalizada pelos médicos. A maioria dos pacientes consulta o oftalmologista quando começa a apresentar sintomas visuais. Precisamos de melhores ferramentas em ambientes clínicos para identificar esses pacientes precocemente e tratá-los”, afirma a pesquisadora Marianne Chapleau, coautora do artigo.

Ainda não existe cura para a ACP, mas é possível amenizar os desconfortos dos sintomas com algumas medidas de mudança de estilo de vida, como a leitura de livros com letras maiores e o aumento da iluminação dentro de casa. Além disso, é recomendado buscar por tratamentos convencionais para o Alzheimer.