O avanço no tratamento do câncer de pulmão no Brasil

Com um recorde de sobrevida e redução de mortes, veja o progresso significativo e saiba como podemos avançar ainda mais

O câncer de pulmão é atualmente a quinta neoplasia com mais casos no Brasil e também é conhecida em todo o mundo por sua alta letalidade. Dados mundiais de 2023 destacam que esta doença ocupa a primeira posição em letalidade entre os homens e a segunda entre as mulheres.

Infelizmente, a grande maioria dos casos (84%) ainda é diagnosticada nos estágios mais avançados da doença, o que está diretamente relacionado à alta taxa de mortalidade. No entanto, as perspectivas estão mudando. Novos tratamentos têm contribuído de maneira significativa para a melhoria no prognóstico de pacientes diagnosticados nos estágios III e IV do câncer de pulmão.

O avanço no tratamento do câncer de pulmão no Brasil
Créditos: iSTock
O avanço no tratamento do câncer de pulmão no Brasil

Estudo revela dados alentadores sobre o câncer de pulmão no Brasil

De acordo com um estudo recente, publicado na revista Journal of Surgical Oncology, há um avanço expressivo no tratamento de pacientes com câncer de pulmão atendidos pelo sistema público brasileiro.

Os pesquisadores avaliaram 50 mil pacientes atendidos em 76 hospitais paulistas nos últimos 15 anos. Dessa amostra, 3 mil apresentavam a doença em estágio 3, e 433 foram submetidos a procedimentos cirúrgicos.

Qual o impacto dos avanços no tratamento do câncer de pulmão?

Os dados mostraram que, entre 2004 e 2014, houve um aumento na sobrevida dos pacientes operados. O número saltou de 19,7% entre 2000 e 2004 para 40% entre 2010 e 2014. Além disso, o risco de óbito reduziu 41% entre os operados nos períodos comparados, demonstrando progressos no tratamento de casos avançados de câncer de pulmão.

E a precocidade do diagnóstico e tratamento, interfere na sobrevida dos pacientes?

Os pesquisadores também analisaram o impacto do diagnóstico e tratamento precoce na sobrevida dos pacientes.

Concluíram que há uma lacuna a ser preenchida nesse aspecto, visto que o encaminhamento para diagnóstico em centros de referência em oncológicos demora em média três meses.

O que indica que 50% dos pacientes perdem mais de três meses até obter o diagnóstico o que interfere nos resultados do tratamento e na sobrevida.

Como podemos avançar ainda mais no combate ao câncer de pulmão?

A pesquisa sugere a necessidade de expandir o acesso dos pacientes da rede pública à terapias já disponíveis no sistema privado de saúde. Também destaca que o país precisa investir em recursos para diagnósticos mais rápidos, oferecendo mais exames e tomografias para diminuir o tempo de espera por confirmação da doença.