O câncer colorretal pode avançar mais rápido devido a esse fator
O estresse crônico pode alterar a microbiota intestinal e acelerar o câncer colorretal, enfraquecendo a resposta imunológica do corpo
Pesquisadores apresentaram no congresso da United European Gastroenterology (UEG Week), realizado em Viena, na Áustria, um estudo inovador sobre os impactos do estresse crônico na microbiota intestinal e sua relação com o câncer colorretal.
A pesquisa revela como o estresse pode acelerar o crescimento dos tumores intestinais ao afetar a flora bacteriana, o que abre novas possibilidades terapêuticas.
O impacto do estresse no câncer colorretal
O estudo demonstrou que o estresse crônico pode contribuir para a progressão do câncer colorretal, principalmente ao reduzir a presença de bactérias benéficas no intestino, como o Lactobacillus.
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Essas bactérias são essenciais para manter o equilíbrio da microbiota e reforçar a resposta imunológica do organismo. Quando o estresse provoca a diminuição de Lactobacillus, o sistema imunológico é enfraquecido, tornando o corpo mais vulnerável ao avanço dos tumores.
Os pesquisadores realizaram experimentos com camundongos, nos quais a microbiota intestinal foi temporariamente eliminada por antibióticos. Para testar a hipótese, os cientistas transplantaram fezes de animais com microbiota saudável nos camundongos.
Quando os animais que vivenciaram estresse crônico receberam suplementação com Lactobacillus, houve uma redução significativa na formação de tumores colorretais. Esse achado sugere que o equilíbrio intestinal pode ser crucial na prevenção e controle da doença.
O papel do lactobacillus para a imunidade
Lactobacillus, especificamente a cepa Lactobacillus plantarum (L. plantarum), desempenha um papel fundamental na regulação do metabolismo de ácidos biliares e na ativação de células T CD8+, que são essenciais para a resposta imunológica contra tumores. O estudo destacou que essa bactéria ajuda a fortalecer a imunidade antitumoral, tornando o organismo mais capaz de combater o câncer.
A suplementação com L. plantarum mostrou resultados promissores no controle da progressão do câncer em condições de estresse. Qing Li, autor principal da pesquisa, sugeriu que a combinação de tratamentos tradicionais antitumorais com o uso de L. plantarum poderia ser uma abordagem terapêutica viável para pacientes que enfrentam o estresse crônico.
O impacto do estresse na microbiota de pacientes com câncer colorretal
Os pesquisadores planejam avançar nas investigações para coletar amostras fecais e tumorais de pacientes com câncer colorretal e analisar como a microbiota intestinal é afetada pelo estresse crônico.
O objetivo é verificar se os níveis de L. plantarum estão reduzidos nesses pacientes, corroborando a hipótese de que a presença dessa bactéria desempenha um papel importante na imunidade antitumoral.
Além disso, a pesquisa pode abrir portas para tratamentos mais eficazes, combinando terapias tradicionais com a modulação da microbiota intestinal, visando melhorar a resposta imunológica e reduzir o impacto do estresse na progressão do câncer.