O impacto do microbioma intestinal na doença de Alzheimer
Esta inovadora pesquisa mostra como o transplante de microbiota fecal pode abrir caminhos para tratamentos mais eficazes
Na constante busca da ciência por soluções para os desafios da saúde humana, uma pesquisa inovadora trouxe à tona um indicativo surpreendente.
A doença de Alzheimer, uma condição neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, pode ter um importante componente intestinal.
Conduzido pela professora Yvonne Nolan, do Centro de Pesquisa APC Microbiome Ireland, o estudo buscou entender a relação entre o microbioma intestinal e o surgimento do Alzheimer.
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O impacto do microbioma intestinal na doença de Alzheimer
E essa pesquisa foi realizada através da análise do microbioma de pacientes já diagnosticados com a doença, comparando-os com indivíduos saudáveis.
Procedimentos de transplante foram realizados, transplantando o microbioma dos primeiros para ratos saudáveis, ambos sendo submetidos a profundos exames de sangue e fezes.
O que foi descoberto neste estudo sobre Alzheimer?
Ao analisar mais a fundo as amostras coletadas, os pesquisadores notaram um fenômeno intrigante.
As amostras fecais dos pacientes que sofriam de Alzheimer apresentavam quantidade significativamente maior de bactérias associadas à inflamação.
E mais, esses níveis apresentavam uma correlação direta com o grau de comprometimento cognitivo dos pacientes.
Os ratos desenvolveram sintomas de demência após o transplante?
Para avaliar o impacto direto do microbioma intestinal na doença, os pesquisadores realizaram a transferência do mesmo dos pacientes para ratos saudáveis, que tiveram sua microbiota original eliminada por meio de antibióticos.
Surpreendentemente, após este procedimento, os roedores começaram a desenvolver sintomas associados à demência, similares aos dos pacientes originais
Qual a relação entre a neurogênese do hipocampo e o Alzheimer?
Como parte dos achados do estudo, um dos aspectos que mais se destacou foi a relação dos pacientes de Alzheimer com o processo de neurogênese hipocampal, responsável pela criação de novos neurônios.
Foi observado que os ratos que receberam a transferência tiveram esse processo prejudicado e isso se refletiu em um comprometimento de suas funções de memória.
Experimentos similares conduzidos com culturas de células humanas confirmaram essas descobertas. O soro sanguíneo de pacientes de Alzheimer prejudicou o crescimento e funcionamento das células, sugerindo a influência do microbioma intestinal na progressão da doença.