O que a ciência diz sobre os úteros artificiais? Entenda
Este artigo traz o futuro da medicina neonatal em discussão, proporcionando uma análise aprofundada sobre o tema
A linha entre o mundo real e a figura científica continua a ser reduzida com os avanços na tecnologia de úteros artificiais. Nos Estados Unidos, acontece o primeiro debate científico voltado no uso de um útero artificial em humanos.
Atualmente, a tecnologia existente não imita completamente um útero humano, mas realiza funções vitais, tais como fornecimento de oxigênio e remoção de dióxido de carbono, funcionando como um suporte vital através do cordão umbilical.
O que a ciência diz sobre os úteros artificiais?
Os úteros artificiais se tornaram um tópico de discussão entre pesquisadores e membros da agência federal americana, Food and Drug Administration (FDA).
A principal proposta discutida é a autorização dos primeiros testes em humanos com um dispositivo conhecido como Ambiente Extrauterino para o Desenvolvimento do Recém-Nascido (Extend).
Essa inovação foi desenvolvida por cientistas do Hospital Infantil da Filadélfia e já foi testada em cordeiros.
O que são bebês prematuros e como o útero artificial pode ajudar?
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), bebês prematuros são aqueles que nascem antes das 37 semanas de gestação. A causa para tais nascimentos variam, podendo ser desde uma infecção até um desequilíbrio hormonal.
Infelizmente, o nascimento prematuro é a principal causa de morte em crianças com menos de cinco anos ao redor do mundo. Em 2019, aproximadamente 900 mil mortes de bebês foram resultado dessa condição.
Quanto mais prematuro é o nascimento, mais alto é o risco da morte. Atualmente, a tecnologia hospitalar tem dificuldades em lidar com nascimento antes das 22 semanas de gestação.
A partir daí, o risco de morte diminui, mas ainda assim é arriscado. Em uma gravidez normal, o parto ocorre entre as semanas 37 e 40.
Como funciona o útero artificial?
No útero da mãe, o feto recebe todos os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento, incluindo oxigênio e anticorpos.
Com o útero artificial, espera-se que seja fornecido de forma mais eficaz o oxigênio e a remoção da dióxido de carbono, minimizando os riscos que os ventiladores mecânicos comumente usados em bebês prematuros oferecem.
O dispositivo Extend almeja simular um ambiente uterino da forma mais similar possível, com o bebê mergulhado em um “recipiente” preenchido com um fluido que imita o líquido amniótico.
O futuro do útero artificial
Já foram realizados testes em cordeiros em 2017, com video desses testes disponíveis online. Desde então, estudos e desenvolvimento continuaram com o objetivo de transformar esse conceito de ficção científica em realidade.
Projetos semelhantes estão ocorrendo na Espanha, Japão e China, porém, nenhuma das tecnologias emergentes é capaz de apoiar o desenvolvimento de um feto desde a concepção até ao nascimento por enquanto.
Os úteros artificiais ainda estão em estágio inicial e pode levar anos até serem aprovados para testes em humanos.
No entanto, a ideia de ser capaz de apoiar a vida de um feto fora do útero humano, especialmente para bebês nascidos prematuramente, é um passo promissor na medicina.