O que é a bulimia? Causas, sintomas e tratamentos da doença
Segundo o Ministério da Saúde, bulimia e anorexia podem atingir cerca de 10% da população mais jovem no Brasil
Classificada como um tipo de transtorno alimentar, a bulimia se caracteriza por episódios de compulsão por comida. Eles podem se manifestar por meio de comportamentos compensatórios como vomitar, jejuar e usar laxantes (inclusive a realização de enemas, que é a lavagem intestinal) e diuréticos em excesso, além de praticar exercícios físicos compulsivamente — tudo com o objetivo de evitar ganho de peso.
Enquadrados geralmente dentro da faixa considerada normal para o peso, os bulímicos podem ser definidos tanto pela compulsão alimentar quanto por comportamentos.
Por isso, a pessoa diagnosticada com a doença alterna entre a sentimento de culpa — na compulsão, ela ingere grande quantidade de calorias sem levar em conta o tipo de alimento que está consumindo e a saciedade — e de alívio, que sobrevém com comportamento de purgação.
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Causas da bulimia
Embora as causas não sejam exatamente conhecidas, a bulimia pode acontecer desde o final da infância até o início da idade adulta. Pesquisas sobre o tema hipotetizam que a doença está associada a certos traços de personalidade, emoções e padrões de pensamento, além de fatores biológicos e ambientais, que podem funcionar como gatilhos.
Além disso, a relação familiar observada pela doença sugere relação genética. Depressão e transtornos de ansiedade, uso de substâncias legais ou ilegais (álcool, drogas etc.), eventos traumáticos, estresse e dietas de emagrecimento frequentes são outros fatores de risco associados à bulimia.
Sintomas
O bulímico pode não apresentar perda acentuada de peso, ao contrário do que acontece na anorexia, o que torna o quadro mais difícil de ser identificado, principalmente por quem convive com ele.
Entre os sintomas físicos estão:
- dor de garganta crônica;
- inchaço das glândulas salivares no pescoço e na região da mandíbula;
- erosão do esmalte dentário devido à exposição ao ácido estomacal causada pelos vômitos frequentes;
- cáries, dentes descoloridos ou “moles”, além de sensibilidade a alimentos quentes ou frios;
- refluxo gastroesofágico e outros problemas gastrointestinais;
- irritação da parede do intestino devido ao uso excessivo de laxantes;
- menstruações irregulares;
- desidratação;
- desequilíbrio no nível de minerais como cálcio e potássio, o que pode levar a ataques cardíacos.
Em relação aos sintomas comportamentais, destacam-se:
- acumular ou roubar comida;
- adotar rituais alimentares como comer apenas um tipo de alimento e mastigá-lo muitas vezes;
- pular refeições ou ingerir pequenas porções por vez;
- usar o banheiro após as refeições;
- ter depressão, alterações de humor ou comportamentos obsessivo-compulsivos;
- automutilar-se;
- beber grandes quantidades de água ou de bebidas sem calorias;
- utilizar balas, chicletes ou enxaguantes bucais para melhorar o hálito;
- evitar amigos e atividades antes consideradas prazerosas.
Tratamento para bulimia
A abordagem multidisciplinar é utilizada para tratar a bulimia, assim como na anorexia, e envolve psiquiatras, psicólogos e nutricionistas. Além de tomar antidepressivos, a pessoa é aconselhada a fazer psicoterapia e a consultar um nutricionista.
Contudo, a medicina não se fala em cura para esse transtorno (nem para a anorexia), mas em controle. Por isso, é preciso atenção constante para identificar os gatilhos e, assim, evitar recaídas.