O que pode causar demência? Estudo mostra fator de risco
Os pesquisadores descobriram que o declínio cognitivo pode estar relacionado a um fator específico
Um estudo recente mostrou que 10% dos idosos diagnosticados com demência, nos Estados Unidos, estavam sofrendo de uma doença do fígado chamada encefalopatia hepática, mas não receberam o diagnóstico correto.
O estudo foi resultado da análise de dados médicos de cerca de 177 mil americanos diagnosticados com demência, porém não diagnosticados com cirrose, entre 2009 e 2019.
Utilizando uma ferramenta que avalia o risco de uma pessoa desenvolver doença hepática baseada em idade e biomarcadores específicos, os pesquisadores concluíram que 10,3% desses veteranos tinham alta probabilidade de ter cirrose e encefalopatia hepática.
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A pesquisa está publicada na revista JAMA Network OpenTrusted Source desde o final de janeiro deste ano.
Como doença no fígado pode causar demência?
A cirrose é uma doença caracterizada pela inflamação que causa a destruição das células do fígado, resultando na perda da capacidade do órgão de desempenhar funções cruciais, como a produção de bile, proteínas e colesterol e o processamento de nutrientes, medicamentos e álcool.
A condição é incurável e ao longo do tempo pode levar a outras complicações de saúde, como a encefalopatia hepática.
A encefalopatia hepática é uma doença que ocorre quando o fígado não está mais apto a eliminar toxinas do corpo. Essas toxinas então se acumulam no cérebro, causando debilidades na função cerebral que podem resultar em sintomas de demência.
Importância do diagnóstico correto
Os pesquisadores destacam que é importante que os médicos investiguem se seus pacientes com demência podem ter cirrose ou encefalopatia hepática.
Isso porque, se a demência estiver relacionada à encefalopatia hepática, ela pode ser reversível por meio de tratamentos.
“Se 10% têm cirrose e até 50% deles têm um componente de encefalopatia hepática tratável, este ainda é um grande grupo de pacientes que poderia ganhar algumas de suas acuidades mentais com uma terapia fácil”, explicou em entrevista Jasmohan S. Bajaj, professor da Virginia Commonwealth University e autor principal do estudo.
Evidentemente, os resultados do estudo que desvenda a relação entre demência e fígado apontam para a necessidade de um diagnóstico cada vez mais preciso.