O que significa o barulho de mar na concha?

O que significa o barulho de mar na concha?

27/12/2025 17:26

Encostar o ouvido em uma concha e ouvir um som que lembra o barulho do mar é uma experiência comum e curiosa. Muitas pessoas acreditam que a concha guarda uma “memória sonora” do oceano, mas a ciência explica esse fenômeno por meio da acústica, da ressonância e da forma como o nosso cérebro interpreta os sons ao redor do corpo humano.

Na acústica, o barulho de “mar” na concha é um tipo de ressonância acústica
Na acústica, o barulho de “mar” na concha é um tipo de ressonância acústicaImagem gerada por inteligência artificial

O que é o barulho de “mar” na concha segundo a ciência?

Na acústica, o barulho de “mar” na concha é um tipo de ressonância acústica. Em vez de registrar o som do oceano, a concha funciona como uma pequena câmara que modifica e amplifica ruídos já presentes ao redor, como o zumbido de aparelhos, o movimento do ar ou até o fluxo de sangue perto do ouvido.

Isso significa que o som ouvido não é uma gravação natural do mar, mas o resultado da interação entre ambiente sonoro, formato da concha e ouvido humano. Em locais muito silenciosos, parte do ruído percebido pode vir do próprio corpo, especialmente da circulação sanguínea e da respiração, o que reforça a ilusão de “som do mar”.

Confira abaixo um vídeo no Youtube Universo Explicado que explica o porque é possível ouvir o barulho do mar na concha:

Como a concha transforma sons em barulho que lembra o mar?

Qualquer ambiente oco pode atuar como um pequeno “amplificador” de som. A concha, com sua cavidade interna irregular, funciona como um ressonador, semelhante à caixa acústica de instrumentos musicais, fazendo as ondas sonoras entrarem, refletirem nas paredes internas e retornarem ao ouvido em intensidades variadas.

Esse processo de reflexão e reforço de frequências gera um ruído contínuo, sem melodia definida, próximo a um “sopro” ou “chiado”. O cérebro, acostumado a associar esse tipo de som às ondas do mar, interpreta o ruído como se fosse o oceano, combinando a física do som com a interpretação cerebral para criar essa sensação.

Quais sons realmente ouvimos dentro da concha?

Do ponto de vista científico, o que chega ao ouvido é uma mistura de diferentes fontes sonoras. Em cidades, entram ruídos distantes de trânsito e aparelhos; em ambientes silenciosos, sobressaem sons fisiológicos internos. A concha não cria som do nada: ela reorganiza e reforça o que já está presente ao redor e no próprio corpo.

Pesquisas em acústica mostram que esse efeito pode ser reproduzido com vários objetos ocos, e alguns fatores influenciam de forma marcante o tipo de ruído ouvido. A lista a seguir resume os principais elementos que moldam o som percebido dentro da concha:

  • Formato da concha: conchas maiores e mais curvas tendem a produzir um som mais rico em frequências.
  • Material: rigidez e espessura determinam como as ondas sonoras são refletidas.
  • Posição do ouvido: a forma de encostar a concha altera a quantidade de ar capturada e o tipo de ruído gerado.
Na acústica, o barulho de “mar” na concha é um tipo de ressonância acústica
Na acústica, o barulho de “mar” na concha é um tipo de ressonância acústicaImagem gerada por inteligência artificial

Por que associamos mentalmente o som da concha ao mar?

A associação entre concha e mar tem forte componente cultural e de memória. Conchas remetem diretamente ao ambiente litorâneo, e muitas pessoas as manuseiam pela primeira vez em praias, onde o som das ondas está presente, criando um elo duradouro entre o objeto e aquele cenário sonoro.

Quando o cérebro escuta um ruído contínuo, amplo e sem pausas nítidas, tende a relacioná-lo a sons naturais semelhantes, como vento, chuva ou ondas. Assim, o fenômeno une a física das ondas sonoras à memória auditiva, mostrando como um objeto simples pode revelar um processo acústico complexo do dia a dia.