O que significa o ritual do seu cão ao farejar suas roupas e objetos?
O que seu cachorro descobre ao te cheirar todos os dias
Quando um cão cheira alguém ao chegar em casa, não se trata apenas de um gesto carinhoso. Para o animal, esse momento é uma espécie de “leitura completa” do que aconteceu ao longo do dia. Pelas narinas, o cão identifica onde a pessoa esteve, com quem teve contato e até se houve mudança de humor ou de saúde, organizando o mundo principalmente pelos cheiros.

Por que o cachorro cheira o dono com tanta frequência?
Quando um cão cheira intensamente o dono, demonstra reconhecimento e interesse pelo que aconteceu fora de casa. Estudos em neurociência animal apontam que o cheiro do tutor ativa áreas de recompensa no cérebro canino, indicando que esse odor é especial e emocionalmente positivo.
Assim, o ato de farejar não é só curiosidade; faz parte da forma como o cão reforça o laço com a pessoa com quem convive e atualiza o “registro” de convivência. Esse comportamento é comum em diferentes raças e idades, e costuma ser mais intenso em animais que têm forte vínculo com o tutor e que passam algum tempo sozinhos. Além disso, esse contato próximo por meio do olfato funciona como uma espécie de “conversa silenciosa”, em que o cão obtém pistas sobre o estado emocional, a rotina e até o nível de estresse do tutor, ajustando também o próprio comportamento.
Confira um vídeo no canal do Youtube dicas boas pra cachorro sobre o tema:
Como o cachorro usa o olfato para entender o tutor?
O olfato é o principal canal de informação para os cães, muito mais sensível que a visão. Mudanças hormonais, suor diferente, estresse, uso de novos medicamentos ou até pequenas alterações de saúde modificam o cheiro natural, e muitos cães percebem isso antes de qualquer sintoma visível no tutor.
Há relatos e pesquisas indicando que alguns cães são treinados para detectar alterações relacionadas a crises de epilepsia, diabetes ou outras condições apenas pelo odor corporal. Na rotina, o cão também analisa o cheiro de rua, de outros animais, de comida e do ambiente, construindo um “mapa olfativo” detalhado das experiências do tutor. Em muitos lares, isso explica por que o cão parece “ler” o humor da família e se aproximar mais em dias de cansaço ou tristeza: ele interpreta variações sutis de cheiro associadas às emoções humanas.
O que significa o cachorro cheirar roupas, sapatos e objetos do dono?
Quando o cão passa o dia cheirando roupas e calçados, geralmente está em busca do odor de referência: o cheiro da pessoa com quem tem mais vínculo. Esse hábito é frequente em animais que ficam sozinhos por longos períodos e usam o olfato para lidar com a ausência, encontrando conforto e previsibilidade no ambiente.
Veterinários explicam que o cheiro do tutor costuma ser o preferido do cachorro e pode aparecer em diferentes objetos do dia a dia. Para entender melhor como isso se manifesta na prática, veja alguns itens que costumam concentrar o odor do tutor e atrair o interesse do cão:
- Roupas usadas: carregam forte concentração de cheiro corporal e fornecem conforto emocional.
- Sapatos: reúnem odores da rua, de outros locais e do próprio tutor, estimulando a curiosidade.
- Bolsas e mochilas: trazem cheiros de trabalho, transporte público e ambientes externos.

Como saber se o cheiro excessivo é normal e como lidar?
Na maioria dos casos, o cão cheirando o dono com frequência é um comportamento esperado da espécie, ligado à investigação e ao reforço de vínculo. Porém, quando o farejo vem acompanhado de ansiedade extrema, choros constantes, destruição de objetos ou incapacidade de responder a comandos, pode indicar insegurança ou possível alteração comportamental.
Em caso de dúvidas, a orientação de um médico-veterinário ou educador canino ajuda a avaliar a intensidade do comportamento e propor mudanças de rotina. Enriquecimento ambiental, brinquedos recheáveis, tapetes para farejar, passeios mais calmos e brincadeiras de “caça ao petisco” são estratégias que direcionam o uso do olfato para atividades saudáveis, mantendo o vínculo sem transformar o farejo em fonte de estresse. Em alguns casos, o profissional também pode sugerir treinos específicos de autocontrole e atividades olfativas guiadas, para que o cão tenha oportunidade de usar o faro de forma equilibrada e prazerosa no dia a dia.