O que significa quando sentimos um choque ao encostar em alguém?

Sentir choque ao encostar em alguém é mais comum em ambientes secos e com certas roupas

18/12/2025 07:16

Sentir um “choque” ao encostar em alguém é uma experiência comum e, na maior parte das vezes, está ligada à eletricidade estática. Esse pequeno estalo costuma acontecer em ambientes secos, com roupas específicas ou após algumas atividades do dia a dia, como caminhar sobre certos tipos de piso. Embora possa causar surpresa, esse fenômeno geralmente é rápido e sem consequências relevantes para a saúde, mas em algumas situações pode exigir atenção diferenciada.

O “choque” ao tocar outra pessoa costuma significar que houve uma descarga de eletricidade estática entre dois corpos com cargas diferentes
O “choque” ao tocar outra pessoa costuma significar que houve uma descarga de eletricidade estática entre dois corpos com cargas diferentesImagem gerada por inteligência artificial

O que significa sentir um choque ao encostar em alguém?

O “choque” ao tocar outra pessoa costuma significar que houve uma descarga de eletricidade estática entre dois corpos com cargas diferentes. Em termos simples, uma das pessoas estava com excesso de elétrons na superfície da pele ou da roupa, enquanto a outra tinha uma quantidade menor.

No momento do contato, as cargas se redistribuem rapidamente, gerando a sensação de picada ou formigamento. Em ambientes escuros, esse processo pode ser acompanhado por um pequeno estalo sonoro e até por uma faísca visível, o que reforça a percepção de choque. A intensidade dessa sensação pode variar de um simples incômodo a um pequeno susto, dependendo da quantidade de carga acumulada e da sensibilidade de cada pessoa.

Confira abaixo um vídeo do canal no Youtube Dr. William Santussi sobre o tema:

Como a eletricidade estática se acumula e quando pode ser preocupante?

Esse fenômeno descreve o acúmulo de cargas elétricas em uma superfície, sem circulação contínua como na corrente elétrica das tomadas. No corpo humano, esse acúmulo ocorre por atrito, contato e separação de materiais, processo conhecido como efeito triboelétrico.

Ao caminhar sobre um carpete, por exemplo, parte das cargas elétricas é transferida entre o piso e o calçado, e o corpo da pessoa passa a carregar uma carga maior. Quando essa pessoa toca em alguém ou em um objeto metálico, a diferença de potencial elétrico provoca a pequena descarga, interpretada pelo sistema nervoso como um choque. Esse tipo de acúmulo é mais intenso em dias frios e secos, quando o ar tem menor umidade e conduz pior as cargas, fazendo com que elas permaneçam por mais tempo na superfície do corpo e das roupas.

Na grande maioria dos casos, o choque ao tocar outra pessoa não representa risco significativo. A tensão envolvida na eletricidade estática pode ser alta o suficiente para gerar faíscas, mas a corrente que passa pelo corpo é baixa e dura um tempo muito curto. Ainda assim, em locais com gases inflamáveis, combustíveis ou poeiras combustíveis (postos, indústrias, laboratórios), essas faíscas podem, em teoria, contribuir para ignições, motivo pelo qual se adotam medidas de aterramento e controle de estática.

É importante diferenciar a eletricidade estática de choques vindos da rede elétrica, que podem causar queimaduras, arritmias ou quedas. Se a sensação for forte, persistente, acompanhada de dor intensa, desmaio, alterações visuais ou ocorrer ao tocar em tomadas, fios ou aparelhos ligados, é recomendável buscar ajuda especializada.

O “choque” ao tocar outra pessoa costuma significar que houve uma descarga de eletricidade estática entre dois corpos com cargas diferentes
O “choque” ao tocar outra pessoa costuma significar que houve uma descarga de eletricidade estática entre dois corpos com cargas diferentesImagem gerada por inteligência artificial

Quais situações do dia a dia aumentam esses choques?

Algumas situações diárias aumentam a chance de sentir esses choques ao encostar em pessoas ou objetos. Esses contextos favorecem o atrito e dificultam a dissipação natural das cargas elétricas acumuladas no corpo.

  • Uso frequente de roupas sintéticas, como poliéster e nylon;
  • Caminhar sobre carpetes ou tapetes de materiais isolantes;
  • Ambientes com ar muito seco, naturais ou climatizados;
  • Contato repetido com cadeiras giratórias, estofados e tecidos plásticos;
  • Manuseio de equipamentos eletrônicos sem aterramento adequado.

Pessoas que trabalham em escritórios climatizados, call centers, centros de informática ou linhas de produção eletrônica costumam perceber esses choques com mais frequência. Uso de secador de cabelo, certas escovas plásticas e cobertores sintéticos também pode intensificar a eletricidade estática no dia a dia.

Como reduzir ou evitar esses pequenos choques e quando investigar a saúde?

Algumas medidas simples ajudam a diminuir a chance de descargas de eletricidade estática ao encostar em alguém. O objetivo é facilitar a dissipação das cargas acumuladas e reduzir o atrito com materiais que favorecem esse acúmulo, tanto em casa quanto no trabalho.

  1. Aumentar a umidade do ambiente: em locais muito secos, o uso de umidificadores, bacias com água ou plantas naturais ajuda a reduzir a eletricidade estática.
  2. Preferir roupas de algodão: tecidos naturais tendem a acumular menos carga que materiais sintéticos como poliéster ou acrílico.
  3. Usar calçados com sola menos isolante: em alguns ambientes, solas de couro ou materiais condutivos reduzem o acúmulo de cargas.
  4. Tocar superfícies metálicas aterradas: antes de encostar em outra pessoa, encostar rapidamente em uma maçaneta metálica ou estrutura de metal pode descarregar o excesso de eletricidade.
  5. Evitar fricção excessiva: deslizar constantemente em cadeiras giratórias ou arrastar os pés ao caminhar aumenta a geração de cargas.

Embora a explicação mais frequente para o choque ao encostar em alguém seja a eletricidade estática, existem situações em que essa sensação aparece com características diferentes. Formigamentos constantes, choques espontâneos sem contato com objetos, dor intensa ou sensação de “choque interno” podem não ter relação direta com cargas elétricas externas.

Nesses casos, é útil registrar quando os sintomas aparecem, quanto tempo duram e em quais partes do corpo ocorrem. Com essas informações, um profissional de saúde pode investigar possíveis alterações nervosas, distúrbios metabólicos, deficiência de vitaminas, problemas na coluna ou efeitos colaterais de medicamentos, diferenciando a eletricidade estática de outras condições clínicas que exigem avaliação específica.