O que você bebe pode afetar seu cérebro mais do que você imagina, alerta neurocientista

Estudos recentes reforçam o alerta: o excesso dessas bebidas pode aumentar significativamente o risco de demência em longo prazo

01/05/2025 16:00

Estudos recentes reforçam o alerta: o excesso dessas bebidas pode aumentar significativamente o risco de demência em longo prazo – iStock/jacoblund  
Estudos recentes reforçam o alerta: o excesso dessas bebidas pode aumentar significativamente o risco de demência em longo prazo – iStock/jacoblund   - Getty Images/iStockphoto

Por trás de goles aparentemente inofensivos, pode estar se escondendo um risco silencioso à saúde do seu cérebro. Essa é a mensagem contundente do neurocientista Robert W.B. Love, que tem chamado atenção para a ligação entre o consumo frequente de certas bebidas e o aumento do risco de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.

Segundo ele, o que vai ao copo não fica apenas no estômago — impacta diretamente o cérebro.

Bebidas doces: o açúcar como ameaça cognitiva

Refrigerantes, sucos industrializados e até os populares chás adoçados podem parecer inofensivos no dia a dia, mas escondem armadilhas perigosas.

O vilão? O açúcar. Love explica que o consumo excessivo desse ingrediente está associado à resistência à insulina, obesidade e inflamação crônica — condições que, em conjunto, prejudicam seriamente a função cerebral.

Estudos recentes reforçam o alerta: o excesso dessas bebidas pode aumentar significativamente o risco de demência em longo prazo.

Diet não significa saudável

E se a escolha for pelo refrigerante diet? Ainda não é hora de comemorar. O neurocientista faz um alerta específico sobre o aspartame, adoçante comum nessas versões “sem açúcar”.

O consumo frequente de refrigerantes está associado a um risco elevado de doenças cardiovasculares – iStock/Wittayayut
O consumo frequente de refrigerantes está associado a um risco elevado de doenças cardiovasculares – iStock/Wittayayut - iStock/Wittayayut

Ele afirma que essa substância pode elevar o risco de diabetes tipo 2 — uma condição que, por sua vez, é considerada um fator de risco importante para o Alzheimer. Ou seja, a tentativa de trocar o açúcar por um “substituto mais leve” pode acabar sendo uma cilada.

Álcool: prazer momentâneo, prejuízo duradouro

O álcool também entra na lista dos inimigos da mente. Love explica que o consumo exagerado pode afetar diretamente o córtex pré-frontal, região do cérebro ligada ao raciocínio, tomada de decisões e controle emocional.

Além disso, tanto o álcool quanto os refrigerantes diets afetam negativamente a saúde intestinal — o que, segundo ele, repercute diretamente no cérebro: “O que é ruim para as bactérias intestinais é ruim para o cérebro”, afirma.

Bebidas esportivas: nem tudo que brilha é hidratação

Frequentemente associadas a saúde e bem-estar, as bebidas esportivas podem ser um cavalo de Troia. Muitas delas contêm altas doses de açúcar, o que contribui, silenciosamente, para o declínio cognitivo ao longo do tempo.

Como proteger o cérebro?

A boa notícia é que há alternativas simples e eficazes. O neurocientista recomenda substituir essas bebidas por água, chás naturais ou sucos caseiros sem adição de açúcar. Pequenas escolhas conscientes hoje podem resultar em grandes benefícios para a saúde mental amanhã.

No fim das contas, a saúde cerebral pode começar por um simples gesto: pensar antes de beber.

Outras dicas de saúde na Catraca Livre 

Estudos recentes indicam que a meditação aumenta a massa cinzenta do cérebro, especialmente em áreas relacionadas à aprendizagem, memória, regulação emocional. A prática pode ser a chave para melhorar a função cognitiva, atenção, memória, humor e reduzir níveis de estresse. Afinal, o que meditação é capaz de fazer com o seu cérebro?