O truque simples para deixar a casa cheirosa sem químicos

Velas, sprays e incensos liberam partículas que se acumulam em ambientes fechados

05/12/2025 18:56

Perfumar a casa com velas, incensos e sprays aromáticos já faz parte da rotina de muitos lares, mas estudos recentes indicam que o uso frequente de aromatizantes pode alterar significativamente a qualidade do ar dentro de casa, especialmente em ambientes pouco ventilados e com moradores sensíveis, como crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios. Em algumas pesquisas, o ar interno de residências muito perfumadas chegou a apresentar concentração de partículas semelhante à de vias com tráfego intenso.

Para quem deseja manter a casa cheirosa com menor carga química, alternativas naturais podem ajudar a reduzir odores – Imagens produzidas com uso de Inteligência Artificial
Para quem deseja manter a casa cheirosa com menor carga química, alternativas naturais podem ajudar a reduzir odores – Imagens produzidas com uso de Inteligência Artificial

O que são aromatizantes domésticos e como atuam no ambiente interno?

Os aromatizantes domésticos são produtos formulados para mascarar ou neutralizar odores indesejados, como comida, cigarro ou umidade. Eles podem aparecer em diferentes formatos, como velas aromáticas, incensos, difusores, sprays de ambiente, plug-ins elétricos e produtos de limpeza com fragrâncias intensas.

Em geral, esses produtos utilizam combinações de solventes, fixadores e fragrâncias para se dispersarem no ar, muitas vezes com base em terpenos. Quando liberados, esses compostos podem reagir com o ozônio e outros elementos do ar, formando partículas muito pequenas que se acumulam com rapidez em locais pouco ventilados.

Além disso, parte dos aromatizantes libera compostos orgânicos voláteis (COVs), como limoneno, formaldeído e benceno, que podem causar irritação nos olhos e na garganta, dor de cabeça e piora de sintomas em pessoas com rinite, asma ou enxaqueca. Para quem passa muitas horas em casa em home office, essa exposição contínua tende a ser ainda mais relevante.

Confira um vídeo do canal no Youtube Condtv sobre a importância da aromatização nos ambientes:

Impacto na qualidade do ar e diferenças entre tipos de velas?

Pesquisas em casas comuns mostram que o uso intensivo de produtos perfumados contribui para a formação de nanopartículas, muitas com menos de 3 nanômetros de diâmetro. Tão pequenas, essas partículas conseguem alcançar as regiões mais profundas do sistema respiratório, potencialmente irritando as vias aéreas em exposições repetidas.

Quando somados a limpadores perfumados, desodorantes, ceras aromatizadas, incensos e sprays, esses compostos formam um “coquetel” químico que se acumula junto à poeira, ácaros e CO₂ em ambientes pouco ventilados. Pessoas com alergias, animais de estimação e bebês costumam ser mais suscetíveis a esse conjunto de poluentes.

Nesse contexto, nem toda vela se comporta da mesma maneira em termos de emissão de partículas. Velas comuns, feitas com parafinas derivadas do petróleo e fragrâncias artificiais, tendem a liberar mais resíduos químicos ao serem acesas, sobretudo em ambientes fechados e sem circulação de ar adequada.

Já velas de cera de abelha, geralmente sem perfumes sintéticos, apresentam emissão muito reduzida de partículas químicas. Esse tipo de vela queima lentamente, gera pouca fumaça visível e tem aroma suave, naturalmente adocicado, sendo considerada uma alternativa mais sustentável para quem busca iluminação decorativa com menor impacto na qualidade do ar. Velas de soja pura, sem corantes e com óleos essenciais em baixa concentração, também costumam ser opções mais brandas.

Para quem deseja manter a casa cheirosa com menor carga química, alternativas naturais podem ajudar a reduzir odores – Imagens produzidas com uso de Inteligência Artificial
Para quem deseja manter a casa cheirosa com menor carga química, alternativas naturais podem ajudar a reduzir odores – Imagens produzidas com uso de Inteligência Artificial

Alternativas naturais para perfumar a casa?

Para quem deseja manter a casa cheirosa com menor carga química, alternativas naturais podem ajudar a reduzir odores sem depender exclusivamente de aromatizantes industriais. Plantas aromáticas e óleos essenciais bem diluídos cumprem papel duplo: perfumam o ambiente e, em alguns casos, estão associados a efeitos relaxantes quando usados de forma adequada.

A seguir, algumas opções naturais bastante utilizadas em residências, que podem ser empregadas frescas, secas ou em preparações simples para uso doméstico:

  • Lavanda: usada em sachês de flores secas em armários e gavetas ou em gotas de óleo essencial diluídas em água em difusores; o cheiro intenso também pode afastar insetos.
  • Camomila: além do uso em chás, as flores secas podem ser colocadas em saquinhos para perfumar ambientes ou integrar sprays caseiros com foco em relaxamento.
  • Menta: folhas frescas ou secas em arranjos e recipientes abertos ajudam a trazer sensação de frescor em cozinhas e banheiros.

Também é possível ferver cascas de cítricos com cravo e canela, usar carvão ativado ou bicarbonato para absorver cheiros fortes e apostar em plantas de interior, como jasmim ou ervas em vasinhos, que deixam o aroma mais delicado e constante.

Como reduzir o impacto dos aromatizantes no dia a dia?

Diminuir a exposição a aromatizantes domésticos não exige mudanças complexas, mas sim alguns ajustes de rotina. Ventilar a casa, controlar a quantidade de produtos perfumados e priorizar versões com pouca ou nenhuma fragrância já contribui para um ar interno mais limpo e confortável.

Medidas simples, como abrir janelas diariamente, usar exaustores ao cozinhar, alternar aromatizantes sintéticos com opções naturais e manter a casa limpa, ajudam a evitar odores persistentes e a formação excessiva de poluentes invisíveis. Sempre que possível, vale ler rótulos, evitar produtos com “fragrância” genérica na composição e testar o uso por períodos curtos, observando se causam espirros, tosse ou dor de cabeça.

Essa combinação de escolhas mais conscientes e boa ventilação favorece um ambiente mais equilibrado, com menor carga química e melhor qualidade do ar respirado por todos.