Por que OMS aconselhou Ucrânia a destruir vírus de laboratórios?

Agência não disse quando fez a recomendação, nem informou se suas orientações foram seguidas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aconselhou a Ucrânia a destruir vírus e bactérias de alta ameaça usados nos laboratórios de saúde pública do país.

De acordo com a agência Reuters, a orientação visa evitar o vazamento desses patógenos, já que o movimento de tropas russas na Ucrânia e o bombardeio de cidades aumentaram o risco de essas instalações serem danificadas e causar o espalhamento de doenças.

 OMS teme vazamento e vírus e bactérias de laboratórios da Ucrânia
Créditos: Joel Carillet/istock
 OMS teme vazamento e vírus e bactérias de laboratórios da Ucrânia

“A OMS recomendou fortemente que o Ministério da Saúde da Ucrânia e outros órgãos responsáveis destruam patógenos de alto risco para prevenir quaisquer possíveis vazamentos”, afirmou a entidade em nota.

A OMS não disse quando fez a recomendação, nem forneceu detalhes sobre os tipos de patógenos ou toxinas alojados nos laboratórios da Ucrânia. A agência também não informou se suas recomendações foram seguidas, de acordo com a Reuters.

Como muitos outros países, a Ucrânia tem laboratórios de saúde pública que pesquisam como mitigar as ameaças de doenças perigosas que afetam animais e humanos, incluindo, bactérias como a Y. pestis, que causa a peste negra, a B. abortus, que causa a brucelose, e mais recentemente, o coronavírus, que causa a covid-19.

 Biolaboratórios da Ucrânia estudam vírus e bactérias que, se escaparem das instalações, podem espalhar doenças
Créditos: Creative Thinking/istock
 Biolaboratórios da Ucrânia estudam vírus e bactérias que, se escaparem das instalações, podem espalhar doenças

Os laboratórios da Ucrânia têm estado no centro de uma crescente guerra de informação. Na sexta-feira, a Rússia convocou uma reunião dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU para reafirmar, sem fornecer evidências, uma antiga alegação de que a Ucrânia administrava laboratórios de armas biológicas com o apoio do Departamento de Defesa dos EUA.

A acusação foi repetidamente negada pela Ucrânia e pelos Estados Unidos.