Conheça a oniomania, o transtorno por trás de compras compulsivas

Saiba o que é a oniomania, os sinais do transtorno e como buscar tratamento para evitar impactos na saúde e nas finanças

05/12/2024 09:02

A oniomania, também chamada de síndrome de compra compulsiva, é um transtorno psicológico que vai muito além do simples desejo de consumir.

O que é a oniomania?
O que é a oniomania? - iStock/wsfurlan

Ela está ligada a questões emocionais e comportamentais mais profundas, frequentemente associada a transtornos de ansiedade, de humor e ao transtorno obsessivo-compulsivo. 

O que é a oniomania?

A oniomania caracteriza-se pelo impulso descontrolado de realizar compras, mesmo quando não há necessidade ou condições financeiras para tal.

Para quem sofre com o transtorno, comprar se torna um alívio temporário para desconfortos emocionais, como ansiedade e tristeza. No entanto, esse alívio é breve e logo dá lugar a sentimentos de culpa, remorso e frustração.

Esse comportamento está inserido em um contexto social que incentiva o consumo. Promoções, facilidade de compras online e estratégias de marketing, que criam um senso de urgência, podem acentuar a compulsão, tornando ainda mais difícil resistir à tentação de gastar.

Como identificar os sinais de oniomania?

Os sintomas da oniomania nem sempre são facilmente reconhecidos, principalmente porque as pessoas que enfrentam o transtorno costumam negar o problema. Entretanto, alguns comportamentos podem ser sinais de alerta:

  • Descontrole financeiro: comprar além do que é possível pagar, acumulando dívidas e dificuldades financeiras.
  • Compras às escondidas: o hábito de esconder itens adquiridos para evitar críticas ou conflitos familiares.
  • Acúmulo de itens inúteis ou repetidos: aquisição de produtos que não serão usados, como roupas ainda com etiquetas ou itens praticamente iguais aos já existentes.
  • Abstinência de consumo: irritabilidade, ansiedade e oscilações de humor quando não é possível realizar compras.
  • Culpa após as compras: sensação de alívio momentâneo seguida por remorso, perpetuando o ciclo vicioso do prazer e da frustração.

Quais são os impactos da oniomania?

A compulsão por compras não afeta apenas a saúde financeira, ela também prejudica relacionamentos e a saúde mental de quem convive com o comprador compulsivo.

Conflitos familiares, sensação de isolamento e aumento dos níveis de ansiedade são consequências comuns.

Além disso, estudos indicam que a oniomania pode estar associada a outros transtornos, como transtornos alimentares, de humor e até dependência química. Isso ressalta a complexidade do problema.

Tratamento

A boa notícia é que, com acompanhamento adequado, é possível controlar o transtorno. A terapia cognitivo-comportamental é uma das principais ferramentas para tratar a oniomania, ajudando a identificar os gatilhos emocionais que levam ao consumo descontrolado.

Em casos mais graves, quando há associação com ansiedade ou depressão, o uso de medicamentos pode ser indicado por um médico.

Além disso, grupos de apoio, como os Devedores Anônimos, podem oferecer um ambiente de acolhimento e troca de experiências, incentivando a recuperação.

Como evitar que o consumo vire um problema?

Embora nem todos os consumidores sejam compulsivos, é essencial desenvolver hábitos conscientes para evitar que o consumo saia do controle:

  • Planeje suas compras: evite agir por impulso e defina um orçamento. Espere 24 horas antes de comprar algo não planejado.
  • Reflita antes de comprar: reflita se o item é realmente necessário ou se é apenas um desejo passageiro.
  • Use listas de compras: sempre que for comprar algo, leve uma lista e evite adquirir itens fora dela.
  • Evite gatilhos emocionais: não compre para compensar sentimentos de tristeza ou ansiedade. Reconheça os gatilhos emocionais que levam ao comportamento e procure alternativas, como atividades físicas ou hobbies. Além disso, reduza o tempo em shoppings ou navegando em sites de compras, desativando notificações de promoções e evitando seguir perfis que incentivem o consumo.
  • Busque apoio emocional: converse com amigos ou familiares sobre suas preocupações financeiras.
  • Foque em metas de longo prazo: estabeleça objetivos maiores, como uma viagem ou poupança. Lembre-se desses planos sempre que sentir vontade de gastar desnecessariamente.

Reconhecer os sinais e buscar ajuda é o primeiro passo para uma relação mais saudável com o consumo e com suas próprias emoções.