Os desafios e a importância do diagnóstico precoce de demência

Conheça os obstáculos enfrentados e a importância desse marco para pacientes, cuidadores e comunidades

Enfrentar a demência requer compreensão, apoio e, crucialmente, um diagnóstico precoce. Os desafios surgem quando a identificação da demência se torna um labirinto complexo, muitas vezes obscurecido por sintomas variados e subjetivos.

Neste cenário, o diagnóstico precoce emerge como um divisor de águas, não apenas para a pessoa afetada, mas também para os cuidadores e a comunidade em geral.

Conheça os obstáculos e a significância vital do diagnóstico precoce na demência. Desde a difícil detecção dos primeiros sinais até a busca por recursos médicos e sociais, cada etapa desse processo reflete não apenas a necessidade, mas também os desafios enfrentados para alcançar um diagnóstico oportuno e preciso.

Os desafios e a importância do diagnóstico precoce de demência
Créditos: iSTock
Os desafios e a importância do diagnóstico precoce de demência

Diagnóstico precoce de demência

O diagnóstico precoce da demência é um verdadeiro desafio que transcende a identificação dos sintomas. A complexidade dessa condição neurodegenerativa muitas vezes se manifesta de maneira sutil e confusa, dificultando a percepção inicial tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde.

O reconhecimento precoce desses sinais torna-se crucial, não apenas para proporcionar um tratamento adequado, mas também para possibilitar aos pacientes e suas famílias mais tempo para se adaptarem e planejarem o futuro.

Os desafios

Os desafios começam com a própria natureza da demência, cujos sintomas iniciais podem ser facilmente confundidos com o envelhecimento normal ou outros problemas de saúde mental. Além disso, a falta de conscientização e educação sobre os sintomas e o estigma associado a esses diagnósticos podem atrasar ainda mais a busca por ajuda.

Melhor qualidade de vida

No entanto, a importância do diagnóstico precoce não pode ser subestimada. Ele não apenas permite que o tratamento comece mais cedo, proporcionando uma melhor qualidade de vida ao paciente, mas também oferece aos cuidadores e familiares a oportunidade de aprender, entender e se preparar para os desafios que estão por vir.

Conscientização sobre a doença

Por isso, torna-se essencial que haja um esforço contínuo para educar a comunidade sobre os sinais precoces da demência, capacitando tanto os profissionais de saúde quanto o público em geral para reconhecer e enfrentar essa condição de forma mais eficaz.

A luta pelo diagnóstico precoce não é apenas uma batalha médica, mas também um apelo à conscientização e ao apoio social para aqueles que enfrentam essa jornada desafiadora.

Quando procurar ajuda médica?

Procurar ajuda para demência é fundamental ao notar sinais precoces ou mudanças significativas no comportamento ou na cognição de alguém. Alguns sinais que podem indicar a necessidade de buscar auxílio incluem:

  • Problemas de memória: Esquecer informações recentes, dificuldade em reter novas informações ou repetir perguntas frequentemente.
  • Dificuldade de raciocínio: Dificuldade em resolver problemas simples, planejar ou seguir instruções.
  • Alterações comportamentais: Mudanças de personalidade, agitação, confusão ou isolamento social repentino.
  • Dificuldade com tarefas habituais: Dificuldade em realizar tarefas diárias rotineiras, como cozinhar ou manusear dinheiro.
  • Desorientação no tempo e espaço: Perda de noção de datas, estações ou locais familiares.

Pessoas com demência no Brasil e no mundo

De acordo com relatório divulgado pela Revista Pesquisa, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, no Brasil, cerca de 1,76 milhão de pessoas com mais de 60 anos convivem com algum tipo de demência, sendo que mais de 70% desse contingente pode não ter um diagnóstico formal.

Esses dados, originados de uma análise representativa de 5.249 indivíduos e publicados na revista Journal of Gerontology, indicam um aumento de 20% nos casos em quatro anos, projetando-se para 2,78 milhões até o final desta década e atingindo 5,5 milhões em 2050.

A incidência da doença cresce significativamente com a idade, sendo de 3% entre 65 e 69 anos, chegando a 43% após os 90 anos.

Globalmente, estima-se que 57,4 milhões viviam com demência em 2019, com projeções alarmantes de chegar a 152,8 milhões na metade do século, gerando um gasto de US$ 1,3 trilhão em cuidados de saúde, conforme dados da OMS.