Os seus traços de personalidade podem influenciar o risco de você ter ou não demência no futuro

Pesquisa revela como certos traços de personalidade afetam o risco de demência. Entenda as descobertas e suas implicações

03/09/2024 22:29

Pesquisa liga traços de personalidades a risco de demência
Pesquisa liga traços de personalidades a risco de demência - Dobrila Vignjevic/istock

Um estudo recente, publicado na revista Alzheimer’s and Dementia, explora a relação entre traços de personalidade e o risco de demência. Utilizando dados de oito investigações menores, com 44.531 participantes entre 49 e 81 anos, a pesquisa revelou que 1.703 indivíduos desenvolveram a doença. Os pesquisadores analisaram as características de personalidade dos participantes e seus exames cerebrais post-morte.

Os cinco traços de personalidade

O estudo se concentrou nos “cinco grandes” traços de personalidade e sua relação com a demência:

  • Abertura a Experiências: Inclui criatividade e curiosidade por novidades.
  • Conscienciosidade: Envolve organização e autocontrole.
  • Extroversão: Reflete a preferência por interação social.
  • Amabilidade: Caracteriza a cooperatividade e a empatia.
  • Neuroticismo: Relacionado à sensibilidade ao estresse e emoções negativas.

Além disso, foi analisada a influência do afeto positivo (caracterizado por alegria e confiança) e do afeto negativo (marcado por nervosismo e medo) no risco de demência.

Resultados e implicações

Os resultados indicam uma interação complexa entre personalidade e risco de demência. Traços como neuroticismo e afeto negativo foram associados a um aumento no risco, enquanto conscienciosidade, extroversão e afeto positivo mostraram um efeito protetor. No entanto, fatores psicológicos não demonstraram uma correlação consistente com sinais neuropatológicos de demência.

Os pesquisadores sugerem que, embora a personalidade e o bem-estar subjetivo possam influenciar o diagnóstico de demência, eles não estão diretamente ligados aos danos cerebrais típicos da doença. O estudo também constatou que a abertura a experiências, o afeto positivo e a satisfação com a vida têm efeitos protetores variados. Não houve relação significativa entre gênero e nível educacional com a personalidade e a demência.