Os sinais da Síndrome de Hulk e como lidar com o transtorno explosivo

O transtorno explosivo intermitente, conhecido como Síndrome de Hulk, provoca explosões de raiva súbitas e desproporcionais

Por Caroline Vale em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
13/06/2025 10:03 / Atualizado em 22/06/2025 22:47

Você já ouviu falar na chamada Síndrome de Hulk? É o nome popular para o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), caracterizado por episódios repentinos de raiva extrema e desproporcional.

Sinais e desafios do transtorno explosivo intermitente.
Sinais e desafios do transtorno explosivo intermitente. - Enes Evren/istock

Esses momentos de fúria intensa podem transformar o comportamento da pessoa, tornando-a praticamente irreconhecível para quem está ao redor.

Os episódios geralmente duram cerca de 30 minutos, mas o impacto emocional e social permanece muito além desse tempo.

Segundo o psicólogo Filipe Colombini, CEO da Equipe AT, as crises envolvem não apenas explosões verbais e físicas, mas também sintomas físicos como taquicardia, suor intenso e pupilas dilatadas.

Causas e quem pode ser afetado

O TEI pode surgir desde a infância ou adolescência e é mais comum em homens, mas não está restrito a nenhum grupo específico.

Ainda que as causas exatas não estejam totalmente esclarecidas, especialistas associam o transtorno a uma combinação de fatores genéticos, desequilíbrios químicos no cérebro — principalmente na serotonina — e experiências adversas, como traumas e violência na infância.

O nome, Síndrome de Hulk, é uma referência ao icônico personagem da Marvel que, em momentos de fúria, se transforma em uma força incontrolável.

Quais são os sintomas para se atentar?

Para identificar a Síndrome de Hulk, observe se a pessoa apresenta:

  • Explosões de raiva desproporcionais a situação;
  • Agressividade verbal (gritos, insultos) ou física (quebrar objetos, agressão);
  • Sensação momentânea de alívio durante a crise;
  • Arrependimento ou culpa logo após o episódio;
  • Sintomas físicos como tremores e tensão muscular.

Tratamento e controle da raiva

O tratamento eficaz combina terapia e, em alguns casos, medicação. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é a mais recomendada para ajudar o paciente a identificar gatilhos, controlar impulsos e regular emoções.

Técnicas como exercícios respiratórios e relaxamento são ferramentas essenciais para diminuir a intensidade das crises.

Além disso, estratégias simples no dia a dia, como tomar banhos frios, fazer exercícios físicos regularmente e contar com apoio terapêutico contínuo, ajudam a reduzir a frequência e a gravidade das explosões.

Se você ou alguém próximo apresenta sinais do transtorno explosivo, não adie a busca por ajuda profissional. Com acompanhamento adequado, é possível aprender a controlar a raiva e transformar esse desafio em uma força positiva para a vida.