Os sintomas da Síndrome de Stevens-Johnson e como tratá-la

Infecções e reações a medicamentos podem desencadear a Síndrome de Stevens-Johnson, com risco de complicações graves

Por Wallace Leray em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
17/03/2025 21:32

A Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) é uma condição rara e grave que afeta a pele e as mucosas. Embora não seja contagiosa, ela pode ter sérias consequências se não tratada rapidamente. A doença é frequentemente desencadeada por uma reação adversa a medicamentos, mas também pode surgir devido a infecções virais.

Os sintomas da Síndrome de Stevens-Johnson e como tratá-la
Os sintomas da Síndrome de Stevens-Johnson e como tratá-la - iStock/Eik Scott

Causas da Síndrome de Stevens-Johnson

A principal causa da SSJ é uma reação alérgica grave a certos medicamentos. Anticonvulsivantes, antibióticos e anti-inflamatórios são os culpados mais comuns. Além disso, infecções virais como herpes, HIV e hepatite também podem desencadear a doença. Pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, como aquelas que estão em tratamento imunossupressor, estão mais suscetíveis a desenvolver SSJ após o uso de medicamentos ou infecções.

Sintomas iniciais e evolução da doença

Os sintomas da SSJ costumam começar de forma semelhante a uma gripe, com febre, dor de garganta, cansaço e tosse. Após alguns dias, surgem manchas vermelhas ou roxas na pele, que podem rapidamente se espalhar e formar bolhas. A descamação da pele é um sinal clássico da doença.

Essas manchas podem aparecer em qualquer parte do corpo, mas são mais comuns no rosto, tronco, braços e pernas. As mucosas, como a boca, olhos e órgãos genitais, também podem ser afetadas, causando feridas dolorosas. Além disso, há sintomas adicionais como:

  • Inchaço no rosto, boca e garganta;
  • Sensação de queimação na pele;
  • Dificuldade para comer devido a feridas na boca;
  • Queimação e vermelhidão nos olhos.

Caso esses sintomas surjam, especialmente após o uso de um medicamento novo, é essencial procurar atendimento médico imediato, preferencialmente em um pronto-socorro.

A síndrome de Stevens-Johnson afeta a pele e as mucosas, exigindo diagnóstico e tratamento rápidos.
A síndrome de Stevens-Johnson afeta a pele e as mucosas, exigindo diagnóstico e tratamento rápidos. - iStock/wisely

Diagnóstico e tratamento da SSJ

O diagnóstico da Síndrome de Stevens-Johnson é feito principalmente por dermatologistas ou clínicos gerais. O aspecto das lesões na pele e nas mucosas é o principal indicativo, e a rapidez com que as lesões se espalham é observada com atenção. Em alguns casos, exames adicionais como biópsias de pele ou exames de sangue são realizados para confirmar o diagnóstico e excluir outras condições.

A SSJ é uma emergência médica que exige tratamento imediato. O primeiro passo é interromper o uso do medicamento responsável pela reação. O paciente geralmente precisa ser internado, onde receberá cuidados especializados.

O tratamento inclui a hidratação intravenosa para prevenir desidratação, além de cuidados com as feridas na pele. Dependendo da gravidade, pode ser necessário o uso de oxigenoterapia ou até intubação. Medicamentos como corticoides, anti-histamínicos e antibióticos são administrados para controlar a inflamação e prevenir infecções.

Se a doença evoluir para uma necrólise epidérmica tóxica (quando mais de 30% da pele é afetada), o tratamento intensivo torna-se essencial para salvar a vida do paciente.

Complicações da Síndrome de Stevens-Johnson

Se não tratada com rapidez, a SSJ pode levar a complicações graves. Entre as principais estão:

  • Infecção generalizada (sepse);
  • Desidratação severa;
  • Comprometimento das funções renais, hepáticas ou pulmonares;
  • Cicatrizes permanentes na pele;
  • Problemas de visão, incluindo cegueira parcial ou total;
  • Pneumonia.

Essas complicações podem ser fatais se não houver tratamento médico imediato e eficaz.

Sintomas iniciais da SSJ podem ser confundidos com uma gripe comum, tornando essencial a atenção precoce aos sinais.
Sintomas iniciais da SSJ podem ser confundidos com uma gripe comum, tornando essencial a atenção precoce aos sinais. - iStock/wisely

Prevenção da Síndrome de Stevens-Johnson

Embora não seja possível prevenir o primeiro episódio de SSJ, é fundamental estar atento ao uso de medicamentos. Caso a pessoa tenha tido uma reação alérgica a algum medicamento no passado, deve evitar sua utilização no futuro, sempre informando os médicos sobre essa reação.

A educação sobre as possíveis causas e sinais da SSJ pode ajudar a identificar a doença precocemente, aumentando as chances de recuperação total.