‘Pais helicóptero’ podem atrapalhar o amadurecimento dos filhos

Um estudo revelou que as crianças precisam ter mais autonomia no controle das emoções

22/06/2018 20:47 / Atualizado em 05/05/2020 10:53

Pais superprotetores podem ser prejudiciais para o desenvolvimento da criança, segundo estudo
Pais superprotetores podem ser prejudiciais para o desenvolvimento da criança, segundo estudo - Getty Images/iStockphoto

Ao contrário do que possa parecer, a superproteção dos pais nos primeiros anos dos filhos pode ser prejudicial para o desenvolvimento das crianças, segundo apontou um estudo publicado na Associação de Psicologia e no jornal “Psicologia do Desenvolvimento”.

Durante oito anos, os pesquisadores avaliaram 422 crianças com idades de dois, cinco e dez anos, como parte de um estudo de desenvolvimento social e emocional. Os avaliando eram majoritariamente brancos e afro-americanos, de diferentes estratos socioeconômicos.

A avaliação descobriu que esse tipo de pai, chamado de “pais helicóptero”, além de afetar negativamente o desempenho de uma criança conseguir controlar suas próprias emoções, podem torná-las super dependentes e incapazes de fazer as coisas por conta própria.

“Nossa pesquisa mostrou que as crianças com ‘pais helicóptero’ podem ser menos capazes de lidar com o amadurecimento, especialmente no complexo ambiente escolar”, conta Nicole B. Perry, PhD, da Universidade de Minnesota, e principal autora do estudo.

“As crianças que não conseguem controlar suas emoções e comportamento são mais propensas a agirem dessa maneira na sala de aula, elas têm dificuldade em fazer amigos e se desenvolverem na escola”, completou Nicole.

Ainda segundo os pesquisadores, é importante que as crianças aprendem a controlar sozinhas as próprias emoções, o que não significa que os responsáveis devam abandonar os filhos, pelo contrário, guiá-los quando problemas emocionais se tornarem desafiadores demais.

“Observamos que o comportamento dos ‘pais helicópteros’ incluíam a constante orientação de seus filhos, mostrando a eles com o que brincar, como brincar com um brinquedo, como limpar após as brincadeiras e ser muito rígido ou exigente […]. As crianças reagiram de várias maneiras. Algumas se tornaram desafiadoras, outras foram apáticas e outras mostraram frustração”, pontuou o relatório.

“Nossos resultados ressaltam a importância de educar os pais muitas vezes bem intencionados sobre o apoio à autonomia das crianças para lidar com os desafios emocionais”, destacou os pesquisadores, alertando para a importância do diálogo.

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