Pandemia de COVID-19 acelerou declínio cognitivo em adulto
O impacto da COVID-19 na saúde mental de pessoas adultas
Passados quase três anos desde o início da pandemia da COVID-19, que resultou em quase sete milhões de mortos ao redor do mundo, o foco da ciência tem se voltado cada vez mais para entender o impacto da doença na saúde mental da população.
Pandemia de COVID-19 acelerou declínio cognitivo em adulto
De acordo com uma pesquisa feita no Reino Unido e publicada na revista The Lancet Healthy Longevity, houve um aumento de 50% no declínio cognitivo de adultos acima de 50 anos.
O estudo descobriu que mesmo aqueles que não foram infectados pelo Sars-CoV-2, o vírus responsável pela COVID-19, sofreram impactos em sua saúde mental.
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As restrições impostas para o controle da doença, como os confinamentos, parecem ter afetado a saúde do cérebro dessa população.
Mas como foi conduzido o estudo?
Foi liderado conjuntamente pelo King’s College London e pela Universidade de Exeter, na Inglaterra. Os pesquisadores analisaram os resultados de testes de função cerebral realizados online por mais de três mil adultos, que já participavam de um outro estudo sobre a saúde mental pré-COVID-19. Os testes avaliavam a memória de curto prazo e a capacidade de realizar tarefas complexas.
Quais foram os resultados?
Os dados desse estudo foram comparados com as informações obtidas antes da pandemia. Os pesquisadores constataram que o declínio cognitivo acelerou significativamente no primeiro ano da COVID-19, com uma variação de 50% na taxa.
Este percentual foi ainda maior quando o foco da análise recaiu sobre pessoas que já apresentavam uma leve queda nas funções cerebrais antes da pandemia.
Além disso, os cientistas ficaram surpresos ao notar que essa tendência de aceleração se manteve no segundo ano da crise de saúde global, sugerindo que os efeitos ultrapassaram o período inicial de 12 meses de confinamento.
Qual a importância dessas descobertas?
Este estudo reforça a necessidade de se monitorar cuidadosamente as pessoas em risco durante eventos de grande impacto, como a pandemia.
O declínio cognitivo, além de diminuir a qualidade de vida das pessoas, pode levar à demência, uma doença grave e debilitante.
A boa notícia é que há evidências de que mudanças no estilo de vida e uma gestão adequada da saúde podem influenciar positivamente a função cognitiva.
Entre os meios citados para manter a saúde cerebral estão atividades físicas regulares, uma dieta equilibrada, evitar o isolamento social e procurar tratamento para doenças como depressão.
Ao final desse estudo, fica clara a relevância dos impactos da pandemia para além da infecção pela COVID-19. Mais do que nunca, é crucial buscar soluções que melhorem a qualidade de vida e a saúde mental de todos, especialmente daquelas populações mais vulneráveis.