Parto normal e aleitamento materno: benefícios por toda vida
O leite materno, oferecido logo após o nascimento, é considerado o primeiro anticorpo do bebê – ele é rico em nutrientes e tem tudo que o recém-nascido precisa para se desenvolver. Combinado com um parto respeitado, no tempo da criança, oferece inúmeros benefícios para a saúde ao longo de toda vida.
De acordo com o The New York Times, um número cada vez maior de especialistas estão concentrando seus estudos no nascimento, especialmente na forma como o microbioma (população de micróbios em nossos corpos) é impactada, positiva ou negativamente, de acordo com a forma como os bebês nascem e se alimentam. Esses organismos desempenham importantes funções, como digestão de nutrientes, produção de vitaminas, estímulo de imunidade, combate às bactérias e desenvolvimento do intestino.
Um estudo dinamarquês considerando dois milhões de crianças nascidas entre 1977 e 2012 descobriu que aquelas que passaram por uma cesárea eram significativamente mais propensas que as nascidas por parto normal a ter asma, distúrbios sistêmicos do tecido conjuntivo, artrite juvenil, inflamações no intestino, deficiências de imunidade e leucemia.
- Como a vitamina D pode impactar a depressão e a ansiedade
- Experiências radicais: esses 5 destinos são imperdíveis para quem busca aventuras pouco convencionais
- Como identificar os sinais do câncer de pâncreas no início
- Inter x Como: aposte na odd 4.00 para Lautaro Martinez marcar primeiro
Isso acontece porque os bebês nascidos de forma natural adquirem os micróbios presentes na vagina e no intestino da mãe, enquanto os que nascem cirurgicamente antes da ruptura das membranas e do trabalho de parto começar, adquirem os micróbios presentes na pele da mãe e da equipe médica e do ambiente da maternidade.
O cenário é um pouco diferente em se tratando de uma cesariana emergencial, realizada após a ruptura das membranas e do começo do trabalho de parto, onde o bebê adquire menos micróbios da mãe do que se o parto fosse normal, mas ainda assim mais do que em uma cesárea programada. Observou-se então que esses efeitos persistem em crianças de até sete anos, como aponta um estudo finlandês de 2004.
Acredita-se que a amamentação seja a forma mais eficiente e segura de reparar essa falta de exposição às bactérias da mãe causada pela cesariana. O leite materno contém muitas das mesmas bactérias benéficas presentes na vagina da mulher e os bebês alimentados por ele são menos propensos do que aqueles que recebem fórmula a desenvolverem infecções respiratórias e gastrointestinais, além de alergias e doenças crônicas.
É o que mostra o um estudo publicado na internet em maio do ano passado pela JAMA Pediatrics, pesquisadores afirmaram que bebês alimentados totalmente ou em maior parte com o leite materno tinham o microbioma parecido com o de suas mães. Grace M. Aldrovandi, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e os coautores do estudo notaram que “as primeiras bactérias do leite materno que povoam o intestino influenciam e selecionam as bactérias seguintes, deixando uma pegada que pode ser detectada mesmo na idade adulta”.
Leia Mais: