Pé diabético: os sintomas para se atentar e como prevenir

O pé diabético é uma complicação grave, mas pode ser prevenido com cuidados diários e controle adequado da doença

Por Caroline Vale em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
08/02/2025 15:01 / Atualizado em 25/02/2025 15:21

A diabetes é uma doença crônica que afeta o organismo de forma sistêmica, comprometendo diferentes órgãos e funções. Quando descontrolada, pode gerar complicações graves, incluindo o pé diabético, uma condição que pode levar à perda de mobilidade e, em casos extremos, à amputação de parte do pé ou da perna.

Saiba como tratar o pé diabético
Saiba como tratar o pé diabético - iStock/Halfpoint

Se não tratada rapidamente, a condição pode se agravar, tornando o tratamento mais difícil e aumentando os riscos de infecções graves.

O que é pé diabético?

O pé diabético é uma complicação que ocorre em pacientes com diabetes de longa data, especialmente aqueles com controle inadequado da doença.

A condição está associada à neuropatia periférica diabética, que reduz a sensibilidade nos pés e aumenta o risco de feridas indolores.

Sem a percepção de dor, pequenos machucados podem passar despercebidos e evoluir para infecções sérias. Além disso, a circulação sanguínea comprometida dificulta a cicatrização e favorece a formação de ulcerações que podem levar à necrose dos tecidos.

A principal causa do pé diabético é a neuropatia periférica, uma condição que ocorre devido ao excesso prolongado de glicose no sangue, danificando os nervos dos membros inferiores. A redução da sensibilidade nos pés faz com que pequenos ferimentos passem despercebidos, facilitando o agravamento do quadro.

Quais são os sintomas?

Muitas vezes, o pé diabético evolui de forma silenciosa. Pacientes podem passar semanas ou meses com uma ferida aberta sem buscar ajuda médica, já que a ausência de dor dificulta a percepção do problema.

Entretanto, alguns sinais podem indicar a presença da neuropatia e do risco aumentado de desenvolver o pé diabético. Entre eles:

  • Formigamento ou dormência nos pés;
  • Fraqueza nas pernas;
  • Sensibilidade reduzida ao toque, frio ou calor;
  • Sensação de queimação ou agulhadas nos pés;
  • Feridas que demoram a cicatrizar;
  • Mudanças na coloração ou temperatura dos pés;
  • Infecções frequentes na região dos pés e tornozelos.

Como prevenir o pé diabético?

A melhor forma de prevenir o pé diabético é manter o controle adequado da glicemia e adotar hábitos saudáveis no dia a dia. Algumas medidas importantes incluem:

  • Manter o controle da diabetes por meio de alimentação equilibrada, atividade física regular e uso correto dos medicamentos prescritos;
  • Inspecionar os pés diariamente, observando qualquer machucado, corte ou alteração na pele;
  • Usar calçados confortáveis, fechados e sem costuras internas que possam causar atrito;
  • Evitar andar descalço, principalmente em superfícies irregulares ou quentes;
  • Cortar as unhas de forma reta e evitar retirar as cutículas;
  • Manter os pés sempre limpos e secos, especialmente entre os dedos, prevenindo infecções;
  • Evitar meias apertadas ou com costuras grossas, que podem prejudicar a circulação;
  • Fazer consultas regulares ao médico e ao podólogo, para avaliação periódica dos pés.

Tratamento

O tratamento varia de acordo com a gravidade das lesões. Quando as feridas são superficiais e não apresentam infecção, medidas como limpeza diária, curativos especiais e o uso de pomadas cicatrizantes são suficientes.

Nos casos em que há infecção, pode ser necessário o uso de antibióticos por via oral ou intravenosa. Se a circulação estiver comprometida, podem ser indicadas cirurgias para restaurar o fluxo sanguíneo.

Em situações graves, quando há necrose extensa dos tecidos, pode ser necessária a amputação parcial ou total do membro afetado. Por isso, o acompanhamento médico e a prevenção são essenciais para evitar complicações severas.