Perda de memória em idosos: a importância de evitar a solidão

Solidão tem impacto direto na perda de memória em idosos, segundo estudo da Universidade de Waterloo. Entenda os efeitos

30/12/2024 07:41

Pesquisa aponta para fator que contribuiu para a perda de memória de pessoas mais velhas
Pesquisa aponta para fator que contribuiu para a perda de memória de pessoas mais velhas - ridofranz/DepositPhotos

A perda de memória é um desafio comum durante o envelhecimento, sendo frequentemente atribuída à morte natural de neurônios. No entanto, um estudo recente revelou que a solidão, mais do que o isolamento social, tem um impacto significativo no declínio da memória em idosos.

Impacto da solidão na memória: o estudo revelador

Pesquisadores da Universidade de Waterloo, no Canadá, realizaram uma pesquisa que acompanhou quatro grupos de idosos por seis anos, com o objetivo de entender como a solidão e o isolamento social influenciam a perda de memória. As categorias analisadas foram:

  • Idosos que eram tanto socialmente isolados quanto solitários.
  • Idosos que eram apenas socialmente isolados.
  • Idosos que eram apenas solitários.
  • Idosos que não eram nem socialmente isolados nem solitários.

    O estudo indicou que os participantes que apresentavam solidão e isolamento social juntos mostraram o maior declínio na memória ao longo do tempo. No entanto, surpreendentemente, a solidão isolada teve um impacto significativo na memória, ocupando a segunda posição em termos de prejuízo para a saúde cognitiva. Esses dados questionam a ideia de que apenas a falta de interação social afeta o cérebro.

A relação entre solidão e memória: compreensão dos mecanismos

A solidão é uma emoção subjetiva que pode ser sentida mesmo na presença de outras pessoas. Muitas vezes associada à depressão, ela também está ligada ao aumento dos níveis de hormônios do estresse, que podem prejudicar a memória. De acordo com Ji Won Kang, principal autor do estudo, a descoberta de que a solidão sozinha tem um grande impacto na memória foi surpreendente, pois muitos estudos focam apenas no isolamento social sem considerar esse fator emocional.

Os resultados sugerem que os idosos que se sentem solitários, mesmo estando envolvidos em atividades sociais, podem experimentar declínios na memória. Por outro lado, aqueles que se mantêm mentalmente ativos, como ler, jogar ou praticar hobbies, podem preservar sua saúde cognitiva, mesmo que não participem ativamente de interações sociais.

Dicas para manter a saúde cognitiva em idosos

Apesar dos impactos negativos da solidão, manter o cérebro saudável e ativo é possível. A plasticidade cerebral, a capacidade do cérebro de mudar e aprender ao longo da vida, é um fator crucial nesse processo. Algumas maneiras de estimular o cérebro incluem:

Engajar-se em novas experiências, como viajar ou aprender um novo idioma.
Realizar atividades físicas, que auxiliam no crescimento de novas células cerebrais.
Participar de atividades que desafiem o pensamento estratégico, como jogos de tabuleiro ou quebra-cabeças.
Além disso, a interação social estimulante pode ajudar a melhorar a plasticidade cerebral e reduzir o risco de declínio cognitivo.

 

Ponto de virada no envelhecimento

Pesquisas recentes indicam que o envelhecimento não é um processo linear, mas sim marcado por pontos de virada. Esses momentos críticos podem acelerar ou desacelerar as mudanças físicas e cognitivas, oferecendo novas perspectivas sobre como podemos influenciar a saúde e qualidade de vida na terceira idade. Clique aqui para saber mais.