Peru declara emergência por surto de síndrome nervosa rara

Quatro pessoas já morreram em decorrência do agravamento do quadro

Uma síndrome nervosa rara tem sido registrada no Peru com uma frequência incomum, o que fez o país declarar uma emergência de saúde por 90 dias para proteger a vida da população.

Segundo o ministério da saúde peruano, todas as 25 regiões do país andino, com um total de cerca de 33 milhões de habitantes, já foram afetadas.

A condição chamada Guillain-Barré começa com formigamento e dormência nas pernas, braços ou rosto. Em seguida, grupos musculares individuais falham e, posteriormente, todo o corpo fica paralisado.

A fraqueza muscular geralmente piora dentro de duas a quatro semanas e pode afetar o sistema respiratório – incluindo insuficiência respiratória.

Essa síndrome é um distúrbio autoimune, ou seja, ocorre quando o sistema imunológico do próprio corpo ataca parte do sistema nervoso, que são os nervos que conectam o cérebro com outras partes do corpo. Isso resulta na inflamação dos nervos.

Quatro pessoas já morreram no Peru por surto de síndrome nervosa rara
Créditos: shapecharge/istock
Quatro pessoas já morreram no Peru por surto de síndrome nervosa rara

Quatro pessoas morreram até agora

Desde janeiro, foram registrados 180 casos, e quatro pessoas já morreram. A declaração de emergência sanitária permite, a compra de imunoglobulinas para o tratamento das pessoas afetadas nos próximos dois anos.

Imunoglobulinas (anticorpos) são proteínas que o corpo usa para combater infecções. Na terapia da síndrome de Guillain-Barré, a administração de anticorpos adicionais é o meio de escolha para prevenir agravamento do quadro.

O que provoca a síndrome de Guillain-Barré?

A condição é geralmente provocada por um processo infeccioso anterior. A infecção por Campylobacter, que causa diarreia, é o gatilho mais comum. Os vírus da dengue, zika e chikungunya também podem desencadear Guillain Barré.

Geralmente, os casos são isolados, e os surtos são raros.

Se a doença for tratada, geralmente pode ser curada rapidamente. No Brasil, o SUS dispõe de protocolo que prevê a disponibilidade do medicamento imunoglobolina intravenosa (IgIV) e do procedimento plasmaférese, que é uma técnica de transfusão que permite retirar plasma sanguíneo de um doador ou de um doente. O médico é o profissional responsável por indicar o melhor tratamento para o paciente, conforme cada caso.