Peruano luta para se recuperar de inchaço após mergulho

Aos 56 anos, a história do mergulhador peruano Alejandro Ramos ganhou repercussão em todo o mundo após um "acidente de trabalho"

23/02/2018 16:54 / Atualizado em 05/05/2020 09:52

Aos 56 anos, a história do mergulhador peruano Alejandro Ramos ganhou repercussão em todo o mundo após um “acidente de trabalho”. Tudo começou há quatro anos, quando ao voltar das profundezas do oceano pacífico, imediatamente, seus braços começaram a inchar.

Desde então, a vida de Alejandro mudou. Em tratamento no Centro Médico Naval, de Lima, o mergulhador luta para recuperar da má formação causada em seus braços – hoje com tamanho acima da média, chegando a 62 e 72 centímetros cada, além do crescimento protuberante do peitoral que lhe oferece uma aparência física incomum.

Sem qualquer conclusão médica, suspeita-se apenas de uma doença congênita associada ao “acidente de trabalho”. Os inchaços também podem ser vistos em seus ombros, cintura e pernas, além de um constante chiado no peito, notado durante a respiração.

Médicos acreditam que deformações foram causadas por uma rápida descompressão após problema com falta de oxigênio
Médicos acreditam que deformações foram causadas por uma rápida descompressão após problema com falta de oxigênio

Em entrevista à BBC, o médico especializado em questões subaquáticas, Alejandro Aguardo, responsável pelo caso, acredita que o inchaço deve-se, sobretudo, a tumores de gordura gerados na pele. “Esta pode ser uma condição congênita que não havia se manifestado até o acidente”, explicou Aguado.

Saúde: o que teria causado as deformações?

Para o médico, uma das possíveis causas para o inchaço pode estar ligada a uma rápida descompressão ocorrida em 2013, quando Alejandro mergulhava para coletar mexilhões – sua fonte de renda até aquele momento.

Durante o percurso, um problema com o fornecimento de oxigênio fez com que ele emergisse 36 metros de uma vez – decisão poderia levá-lo à morte por conta do acúmulo de nitrogênio no sistema circulatório. Logo após o acidente, o homem começou a inchar em um caso considerado inédito pelos especialistas.

Sem dinheiro para arcar os  custos de um tratamento mais adequado, Alejandro foi submetido a tratamentos para a inflamação e também algumas sessões em uma câmara hiperbárica, um tratamento comum para mergulhadores com síndrome de descompressão. Enquanto isso, aguarda a definição de um diagnóstico.

Principal hipótese

Em meio aos anos de tratamento, hoje os médicos trabalham com a hipótese de que os inchaços são, na verdade,  tumores no tecido adiposo ou ainda uma reação do corpo ao mergulho nunca antes vista.