Pesquisa descobre ligação entre cerveja e Alzheimer

Pesquisadores constataram que os extratos das flores de lúpulo, um composto presente nessa bebida, podem contribuir para a proteção da função cognitiva

A indústria farmacêutica tem dedicado significativos investimentos no desenvolvimento de diversos medicamentos para combater o Alzheimer. Contudo, surpreendentemente, a ciência revelou que a cerveja pode desempenhar um papel fundamental na prevenção dessa doença.

Pesquisadores da Universidade de Milano-Bicocca, na Itália, recentemente constataram que os extratos das flores de lúpulo, um composto presente nessa bebida, podem contribuir para a proteção da função cognitiva, retardando assim o surgimento de distúrbios cerebrais.

Consumo moderado de cerveja pode prevenir Alzheimer, revela estudo
Créditos: william87/istock
Consumo moderado de cerveja pode prevenir Alzheimer, revela estudo

O lúpulo desempenha tradicionalmente o papel de agente estabilizador em diversas variedades de cerveja. No contexto deste estudo, pesquisadores investigaram quatro tipos comuns de extratos de flores de lúpulo para avaliar seu potencial na prevenção da aglomeração de proteínas cerebrais associadas à doença de Alzheimer.

As variedades de lúpulo examinadas incluíram Cascade, Saaz, Tettnang e Summit, que foram expostas a proteínas amiloides e células nervosas humanas.

Os resultados indicaram que esses extratos foram capazes de impedir a formação de aglomerados de proteínas beta amiloides ao redor das células. Além disso, o lúpulo apresenta propriedades antioxidantes que se presume protegerem as células do corpo.

Os extratos de lúpulo na cerveja também desencadearam um processo de renovação conhecido como vias autofágicas, no qual o corpo decompõe e reutiliza partes de células antigas para otimizar a eficiência.

Esse composto está presente em todas as produções de cerveja, embora em quantidades variáveis. Adicionalmente, pode ser encontrado em chás de ervas e refrigerantes.

Quanto à doença de Alzheimer, trata-se de um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal caracterizado pela deterioração cognitiva e da memória, impactando as habilidades de pensamento e a capacidade de realizar tarefas cotidianas.

Os sintomas iniciam-se com a perda de memória recente, tornando-se mais graves à medida que a doença progride, incluindo a perda de memória remota, irritabilidade, dificuldades na linguagem e prejuízo na capacidade de orientação no espaço e no tempo.

Embora não haja uma cura definitiva, é crucial que os pacientes recebam acompanhamento contínuo.

No Brasil, os centros de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) oferecem um tratamento abrangente e gratuito, incluindo uma abordagem multidisciplinar, além de medicamentos que auxiliam na desaceleração da progressão dos sintomas do Alzheimer.

Causas do Alzheimer

Quanto às causas da doença de Alzheimer, a Alzheimer’s Association destaca a complexidade do seu desenvolvimento, resultante de diversos fatores, como genética, estilo de vida e ambiente.

Entretanto, neste estudo específico, os pesquisadores atribuíram a origem da doença às proteínas beta amiloides. Essas proteínas, que ocorrem naturalmente, tendem a se agrupar formando placas que se acumulam entre os neurônios, interferindo na função celular.