Pesquisadores da USP identificam relação entre GH e redução da ansiedade

Pesquisa revela que o hormônio do crescimento pode reduzir os sintomas de ansiedade e abrir caminho para novos tratamentos

Por Thatyana Costa em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
05/01/2025 05:31

Estudo da USP identifica relação entre hormônio do crescimento e ansiedade
Estudo da USP identifica relação entre hormônio do crescimento e ansiedade - iSTock/tomazl

Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) revela novos insights sobre o hormônio do crescimento (GH) e sua relação com a ansiedade. O estudo sugere que o GH pode ser um aliado importante no desenvolvimento de medicamentos ansiolíticos.

GH: mais do que o crescimento, um aliado contra a ansiedade

Tradicionalmente conhecido por impulsionar o crescimento de tecidos, o hormônio do crescimento (GH) foi identificado por pesquisadores da USP como um agente que pode reduzir os sintomas de ansiedade. A pesquisa, publicada no prestigiado The Journal of Neuroscience, detalha como o GH pode modular condições neuropsiquiátricas, incluindo transtornos de ansiedade, depressão e estresse pós-traumático.

O estudo foi conduzido pelo professor José Donato Júnior, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, com o apoio da Fapesp. O objetivo foi compreender melhor o papel do GH no cérebro, identificando uma população específica de neurônios que modula os efeitos do hormônio.

Relevância do estudo para o desenvolvimento de medicamentos ansiolíticos

Os cientistas realizaram uma série de experimentos em camundongos para investigar o impacto do GH na ansiedade. A pesquisa mostrou que a remoção do receptor de GH de células neuronais específicas, responsáveis por produzir o peptídeo somatostatina, aumentou os comportamentos ansiosos nos animais. Isso sugere que o GH desempenha um papel direto na modulação de comportamentos relacionados à ansiedade.

Além disso, o estudo revelou que o hormônio do crescimento pode influenciar também a memória do medo, uma característica comum em condições de estresse pós-traumático. Essa descoberta abre novas perspectivas para o desenvolvimento de medicamentos ansiolíticos que possam atuar de maneira mais eficaz no tratamento da ansiedade.

Embora os resultados tenham sido positivos em camundongos machos, o estudo não observou o mesmo aumento nos comportamentos ansiosos em camundongos fêmeas, um fenômeno que ainda precisa ser investigado mais a fundo.

Perspectivas para tratamentos mais eficazes para ansiedade

A pesquisa conduzida pela USP destaca a importância de entender as funções multifacetadas do GH. Com o avanço desses estudos, pode-se esperar o surgimento de novos tratamentos para distúrbios neuropsiquiátricos, oferecendo esperança para pessoas que sofrem de condições como ansiedade e estresse pós-traumático.

Reação física da ansiedade: como o corpo responde ao estresse

A reação física da ansiedade envolve sintomas como aumento da frequência cardíaca, tremores e sudorese. Esses sinais são respostas do corpo ao estresse, ativando o sistema nervoso autônomo. Compreender esses mecanismos é essencial para lidar com os efeitos da ansiedade no dia a dia. Clique aqui para saber mais.