Pessoas frustradas são as mais agressivas na internet, diz estudo

Autora referência nos estudos das relações entre mente e tecnologia traça perfil de comentaristas nas redes sociais

05/08/2023 18:30

Brasil sofreu 103,16 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, de acordo com pesquisa especializada sobre o tema – iStock/Getty Images
Brasil sofreu 103,16 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, de acordo com pesquisa especializada sobre o tema – iStock/Getty Images - Getty Images

Referência nos estudos das relações entre mente e tecnologia, a psicóloga norte-americana Pamela Rutledge, diretora do Media Psychology Research Center (Centro de Pesquisas sobre Psicologia e Mídia), na Califórnia, traçou um perfil dos comentaristas da internet.

Em entrevista à BBC, a especialista foi enfática ao avaliar a questão. “As pessoas são as mesmas, online ou offline. Mas a internet tem a ver com respostas rápidas. As pessoas falam sem pensar. É diferente da experiência social offline, em que você se policia por conta da proximidade física do interlocutor”.

“Nós já estamos acostumados com a ideia de que nosso comportamento obedece a regras sociais, mas ainda não percebemos que o mesmo vale na internet”, enfatiza.

Além disso, Rutledge explica também que o ambiente encoraja os extremistas a expressarem suas opiniões. “Pessoas que se sentem impotentes ou frustradas se comportam desta maneira para se apresentarem como se tivessem mais poder. E as pessoas costumam se sentir mais poderosas tentando diminuir ou ofender alguém”.

Efeitos das redes sociais

E ela alerta que, embora não exista nenhuma doença diretamente relacionada ao uso da internet, o uso excessivo das redes sociais pode provocar quadros de depressão e falta de autoestima.

No entanto, é possível esse tipo de comportamento, sobretudo entre crianças. Por isso, ela aconselha que os pais conversem sobre o tema com os filhos desde cedo. “A sugestão é que chamem as crianças e peçam que elas deem seu ponto de vista. Aí sim eles poderão entender como as crianças estão lidando com a questão e, a partir daí, decidir quais devem ser as preocupações. A responsabilidade pode ser compartilhada. É importante ensinar os filhos a pensarem criticamente”.

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