Torcedora percebe pinta e avisa assistente de técnico sobre câncer
Na arquibancada, uma assistente de enfermagem voluntária avistou a verruga na nuca do homem
Durante uma partida de hóquei entre Vancouver Canucks e Seattle Kraken, Nadia Popovici, de 22 anos, avistou uma pinta com tinha formato irregular e cor marrom-avermelhada na nuca de Brian Hamilton, gerente assistente de equipamento do Canucks, e fez o possível para avisá-lo do risco de câncer.
Ela, que aprendeu a reconhecer característica de melanoma enquanto trabalhava como voluntária de auxiliar de enfermagem, escreveu a mensagem no celular e mostrou a tela a Hamilton.
O texto estava com as palavras “pinta”, “câncer” e “médico” em vermelho, para ficar bem destacado e visível.
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Hamilton mostrou a mancha ao médico do time e fez exames. A biópsia confirmou o câncer de pele, tal como alertado por Nadia. Ele iniciou o tratamento com rapidez.
Os dois times que jogavam naquela noite doaram US$ 10 mil para Nadia realizar o seu sonho: estudar medicina.
Melanoma: os principais sinais na pele que indicam a doença
O câncer de pele é o mais comum no Brasil, representando cerca de 30% de todos os casos da doença. O melanoma corresponde a 4% desse total e tem um grande potencial metastático. Apesar da gravidade, a chance de cura é de mais de 90%, em casos de diagnóstico precoce.
O melanoma ocorre quando há um crescimento anormal da células produtoras de melanina (melanócitos) que dão cor à pele. Pessoas de pele clara, cabelos claros e sardas são mais propensas a desenvolver o câncer de pele. Entre os fatores de risco, está a exposição ao sol sem a devida proteção.
Sinais no corpo
O melanoma pode surgir em qualquer parte do corpo, inclusive em áreas não expostas ao sol. Geralmente, é comum identifica-lo como uma pinta ou mancha que pode mudar de cor ou tamanho.
De acordo com Dr. Bernardo Garicochea, oncologista e especialista em genética do CPO, unidade do Grupo Oncoclínicas em São Paulo, é importante a avaliação frequente de um dermatologista para acompanhamento das lesões cutâneas.
“As alterações a serem avaliadas como suspeitas são o que qualificamos como ‘ABCD’- assimetria, bordas irregulares, cor e diâmetro. A análise da mudança nas características destas lesões é de extrema importância para um diagnóstico precoce”, explica.
O Instituto Melanoma Brasil recomenda ficar atento aos seguintes sinais:
- Surgimento de uma nova mancha, de forma irregular;
- Sinal de nascença simples que muda de cor, tamanho ou textura ;
- Uma lesão com borda irregular, com área ou pontos vermelhos, brancos, azuis, cinzas ou preto-azulados;
- Uma nova protuberância brilhante, firme, em qualquer parte do corpo;
- Manchas escuras sob as unhas de mãos ou pés, nas palmas das mãos, plantas dos pés ou nas membranas mucosas;
- A forma de metade da mancha não coincide com a outra metade.
- As bordas são irregulares, entalhadas ou dentadas.
- É muitas vezes desigual. Tons de preto, marrom e canela podem estar presentes. Áreas brancas, cinzas, vermelhas ou azuis também podem ser vistas.
- Diâmetro. Maior que 6 mm.
O oncologista Bernardo Garicochea destaca que 3% dos melanomas são hereditários e indica alguns pontos de atenção que podem indicar propensão à doença:
- Pessoas que possuem uma grande quantidade de pintas escuras espalhadas pelo corpo;
- Incidência de melanoma em algum parente muito jovem (menos de 35 anos);
- Mais de dois casos de melanoma na família (em qualquer idade).
Nesses casos, o médico informa que há um teste genético capaz de identificar se há predisposição genética ao melanoma. O teste coleta uma amostra de saliva ou sangue para detectar a presença de genes ligados à doença.
Tratamento
O tratamento mais adequado irá depender do tamanho e estágio da doença, podendo ser quimioterapia, radioterapia, terapia biológica, cirurgia e imunoterapia.
A imunoterapia, por exemplo, é o tratamento que promove a estimulação do sistema imunológico por meio do uso de substâncias modificadoras da resposta biológica. “Em resumo, trata-se de um grupo de drogas que, ao invés de mirar o câncer, ajuda as nossas defesas a detectá-lo e agredi-lo”, explica o oncogeneticista.