Pipoca de micro-ondas pode provocar danos ao cérebro; entenda
Especialistas garantem, no entanto, que consumo moderado do produto não oferece riscos à saúde
Contido em muitos alimentos processados, como por exemplo algumas marcas de pipoca, o diacetil confere o aroma e o gosto amanteigado ao alimento.
A substância, no entanto, tem sido alvo de pesquisas sobre as consequências atreladas ao seu consumo. O Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP descobriu que, em excesso, ele poderia ser nocivo à saúde.
Durante a abordagem, os cientistas identificaram proteínas associadas ao Alzheimer no cérebro de ratos que consumiram durante 90 dias seguidos o composto.
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“Das 48 proteínas cerebrais que avaliamos após a exposição dos animais ao produto, 46 sofreram algum tipo de desregulação ou modificação em sua estrutura por conta do consumo prolongado do composto. Durante as análises, nós identificamos o aumento da concentração de proteínas beta-amiloides”, explica Lucas Ximenes, doutorando do IQSC e autor da pesquisa.
Como próximos passos do estudo, os pesquisadores do IQSC pretendem realizar novos testes com um número maior de animais visando a ampliar o entendimento a respeito destes resultados prelimimares.
O especialista destaca, no entanto, que comer esporadicamente determinados alimentos não representa exatamente um problema à nossa saúde.
Muito além da pipoca de micro-oondas
Amplamente empregado nos mais variados ramos da indústria, o diacetil ganhou destaque no setor alimentício, principalmente por seu uso como conservante e flavorizante (substância que confere sabor e aroma). Podendo ser encontrado naturalmente na composição de cafés, cervejas, chocolates, leites e iogurtes, o diacetil é utilizado na pipoca de micro-ondas como um aditivo, em concentrações maiores.
Apesar de seu consumo ser aprovado pelas agências reguladoras, a exposição prolongada ao produto poderia ser prejudicial à saúde e, por estar presente no cotidiano da população, diferentes estudos buscam compreender a influência do composto em organismos vivos e como ele pode alterar funções biológicas.
O estudo contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).