Poluição do ar eleva o risco de câncer de mama, diz estudo

Conheça as implicações e o valor desta pesquisa para a medicina

27/10/2023 05:40

Segundo uma pesquisa recentemente apresentada no Congresso Europeu de Medicina Oncológica, mulheres que vivem em ambientes altamente poluídos têm maior probabilidade de desenvolver câncer de mama.

A pesquisa foi pioneira em estabelecer uma ligação entre a poluição do ar e o câncer de mama, uma vez que estudos anteriores já demonstraram uma ligação entre a poluição e outros tipos de câncer, como o câncer de pulmão.

O estudo foi conduzido pelo Departamento de Prevenção do Câncer e Meio Ambiente do Centre Léon Bérard, na França, e comparou dados de quase 3000 mulheres sem histórico de câncer de mama com mais de 2400 que foram diagnosticadas com a doença. A pesquisa abrangeu um período de mais de 20 anos, de 1990 a 2011.

Poluição do ar eleva o risco de câncer de mama, diz estudo
Poluição do ar eleva o risco de câncer de mama, diz estudo - iSTock

O que dizem os dados da pesquisa?

Beatrice Fevers, coordenadora da pesquisa, descobriu que o risco de desenvolver câncer de mama era 28% maior entre as mulheres que viviam em áreas com concentrações de partículas finas de poluição superiores a 10 μg/m3. Esta diferença é semelhante ao contraste entre áreas rurais e centros urbanos.

Contudo, é importante notar que a poluição do ar é apenas um dos muitos fatores que podem influenciar o risco de câncer de mama. Estilo de vida, genética e outros aspectos ambientais também desempenham um papel significativo.

Qual a importância desse estudo para a comunidade médica?

A oncologista Marcelle Lagdem, especialista em câncer de mama na Oncologia D’Or, que estava presente na apresentação do estudo, salientou seu valor para a medicina.

“Os dados deste estudo trazem um novo olhar para se atentar aos fatores de risco da doença. Não significa que seja um fator determinante, mas pode contribuir significativamente”, afirmou Marcelle.

O câncer de mama é o segundo mais comum entre as mulheres, atrás apenas do de pele, e é o mais letal, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Portanto, é vital continuar a pesquisa em todas as áreas que podem contribuir para sua prevenção, diagnóstico e tratamento.