Por que a Aspirina tem sido usada para tratar gordura no fígado?

Saiba como a aspirina pode ser um aliado promissor na prevenção e tratamento da gordura no fígado

Gordura no fígado, uma condição cada vez mais comum devido ao aumento nos índices de obesidade e diabetes tipo 2 ao redor do mundo, agora pode ter um novo aliado na prevenção e tratamento: a aspirina.

Por que a Aspirina tem sido usada para tratar gordura no fígado?
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Por que a Aspirina tem sido usada para tratar gordura no fígado?

Por que a aspirina é uma esperança no combate à gordura no fígado?

Um estudo publicado no jornal científico JAMA destaca o potencial da aspirina na redução da gordura hepática. A pesquisa, realizada pelo Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, envolveu 80 pacientes.

Os resultados preliminares apontam que, em seis meses, o medicamento reduziu em 10,2% a gordura no fígado dos participantes.

O estudo clínico

O estudo randomizado e duplo-cego dividiu participantes em dois grupos: um recebendo 81 mg de aspirina diariamente e o outro, placebo.

Este método, padrão-ouro em pesquisa, garante resultados confiáveis, evidenciando não só uma redução significativa na gordura hepática, mas também sua segurança e boa tolerância à dosagem utilizada.

Representação de um fígado
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Quais são os potenciais benefícios da aspirina além da redução da gordura no fígado?

Além dos impressionantes resultados na diminuição da gordura hepática, a aspirina mostrou ser benéfica em diversos outros aspectos relacionados ao fígado.

Análises complementares indicam melhoras não invasivas em condições de inflamação e fibrose hepática, aspectos que, tradicionalmente, complicam o tratamento da doença.

No entanto, apesar desses resultados promissores, os especialistas, incluindo a hepatologista Tracey Simon, destacam a necessidade de mais estudos.

A busca é por confirmar o potencial da aspirina não apenas na redução imediata dos sintomas, mas também na prevenção de complicações a longo prazo.

Tratamento da gordura no fígado atualmente

Contudo, enquanto os estudiosos não chegam a um consenso sobre a inclusão da aspirina como tratamento convencional, a recomendação para enfrentar a gordura no fígado se mantém inalterada.

Portanto, fazer uma dieta equilibrada, atividade física regular e, quando necessário, o uso de medicamentos específicos sob orientação médica, ajuda no combate à doença.

A representação de um fígado com gordura
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Quais remédios causam gordura no fígado?

  • Corticosteroides: São usados para tratar uma variedade de condições inflamatórias e autoimunes.
  • Medicamentos para o HIV/AIDS: Alguns medicamentos antirretrovirais podem causar esteatose hepática como um efeito colateral.
  • Methotrexate: Frequentemente usado para tratar condições como artrite reumatoide e psoríase.
  • Tamoxifeno: Usado no tratamento do câncer de mama, o tamoxifeno pode levar ao acúmulo de gordura no fígado em algumas pessoas.
  • Amiodarona: Utilizado para tratar arritmias cardíacas e pode causar esteatose hepática em alguns pacientes.
  • Medicamentos para diabetes: Certos medicamentos para diabetes, como pioglitazona, podem aumentar o risco de desenvolver gordura no fígado.
  • Estrogênio: Terapias hormonais contendo estrogênio podem levar ao acúmulo de gordura no fígado em algumas pessoas.

Como está o cenário no Brasil?

No Brasil, o cenário não é menos preocupante. Com cerca de 30% da população afetada pela gordura no fígado, os números assustam e reforçam a necessidade de novas alternativas de tratamento.

Mas, entre indivíduos com diabetes, essa prevalência sobe para alarmantes 80%. Diante disso, a possibilidade de um tratamento mais acessível e de baixo custo como a aspirina é motivo de esperança.